quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ARTIGOS

A DISLEXIA E OS OBSTÁCULOS NA APRENDIZAGEM

Ana Cleide Oliveira Santos1
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Orientadora Profª MSc Patrícia Mara Medeiros2

RESUMO

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais. A dislexia acompanha a pessoa no dia-a-dia em sua aprendizagem. Não é uma dificuldade em compreender os conteúdos de aula. É um distúrbio, e como tal segue a criança e adolescente em sua aprendizagem. É necessário, nesse caso, uma intervenção psicopedagógica que tem para o disléxico, um caráter de urgência e pode capacitá-lo a ser autônomo, integrando-o dentro da sala de aula como alguém responsável e competente, assim como reintegrá-lo em suas relações familiares e sociais. Assim, os objetivos desse artigo foram conhecer a etiologia desse distúrbio, suas características e comprometimentos na aprendizagem e para isso utilizamos a pesquisa exploratória, com o uso do método bibliográfico e análise qualitativa. Concluímos com o estudo que a reabilitação da leitura dará ao disléxico, condições de adquirir a educação formal, já que em nossa sociedade representam - a leitura e escrita, habilidades básicas, a "chave-mestra" para o conhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Dificuldades. Dislexia. Intervenção


DYSLEXIA IS OBSTACLES IN LEARNING

ABSTRACT

The difficulty in understanding and defining what is dyslexia, which causes has created a world so diverse information, which confounds and misinformation. In addition to the media in Brazil, the few times in addressing this serious problem, it does so only partially, if not inappropriately, and even outside the context of global current discoveries. Dyslexia accompanies the person in day-to-day in their learning. There is a difficulty in understanding the content of classes. It is a disorder, and as such follows the child and adolescent in their learning. It is necessary in this case, it has a pedagogical intervention for dyslexic, a matter of urgency and may enable them to be autonomous, integrating it into the classroom as someone responsible and competent, and reinstate him in his relations family and social. The objectives of this paper was to understand the etiology of this disorder, its characteristics and impairments in learning and for this we used the exploratory research, using the method literature and qualitative analysis. We conclude with the study that the rehabilitation of reading will give the dyslexic, are able to acquire formal education, since they represent in our society - the reading and writing, basic skills, the "master key" to the knowledge of oneself and the world that surrounds it.

KEYWORDES: Learning. Difficulties. Dyslexia. Intervention
1 INTRODUÇÃO


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas consideradas inteligentes apresentam dificuldades na área da aprendizagem, é desafio que a educação, em especial, vem pesquisando e estudando paulatinamente. Com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia, uma das principais dificuldades enfrentadas por alunos, principalmente na área de leitura e escrita.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Entendemos que a dislexia deve ser tratada em conjunto com vários profissionais afins e dentre eles não poderá faltar a presença do psicopedagogo uma vez que, esse problema reflete na aprendizagem do disléxo.
A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um distúrbio do processo de aprendizagem, já que a deficiência ocorre na dificuldade do indivíduo durante a aquisição da leitura e da expressão escrita. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
A atuação do psicopedagogo busca embasamento constante nos diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do jovem disléxico que o procura. Busca, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho e de conduta que façam mais sentido para ele; objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento.
Devemos nos conscientizar de que a atuação da psicopedagogia só encontrará real eficiência quando atingir a família do disléxico, incorporando-a ao tratamento, já que esta se apresenta no mínimo contaminada pelos fracassos e sofrimentos de seus filhos, associado às projeções de seus próprios sofrimentos, além das tentativas fracassadas de auxílio. Para tanto, a compreensão do sistema funcional, da dinâmica desta família, se faz necessário para que se possa orientá-la eficientemente. A ação deve se estender à instituição escola, alertando e sensibilizando seus educadores de que o disléxico pode e merece aprender, tal qual outro aluno qualquer, que ele apenas precisa de técnicas e estratégias que o auxiliem nessa jornada. Que o educador possa valorizar não seus erros, mas seus acertos.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Com base nesses dados e das dificuldades detectados em sala de aula é que se torna relevante a pesquisa e o conhecimento das possíveis causas desses problemas para que possamos desenvolver políticas educativas que venham nortear os caminhos a seguir na busca de prováveis soluções para que se possa conhecer as dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no seu ambiente escolar e com isso encontrar alternativas que ajudem a amenizar essas dificuldades e também conhecer as causas da dislexia.
Para isso se faz necessário que encontremos respostas para problemas como: Quais as causas da dislexia?Como podemos trabalhar os obstáculos enfrentados pelos disléxicos em sala de aula? E também nos colocar à par de como é tratado o disléxico na comunidade escolar.
Para trabalharmos os problemas apresentados faremos uso da pesquisa bibliográfica levando em consideração os aspectos qualitativos e descritivos.


2 A DISLEXIA


Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.É um jeito de ser e de aprender que reflete a expressão individual de uma mente,muitas vezes perspicaz e até genial, mas que aprende de maneira diferente.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas são:
Dificuldade para pronunciar palavras;
Não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
Dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas seqüenciais como a os dias da semana;
Dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
Dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
Reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
Não gostar ou evitar leitura em voz alta;
Dificuldades para escrever;
Ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
Ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
Dificuldade em organizar seu tempo;
Problemas em soletrar palavras corretamente;
Ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
Não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
Dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
Problemas com planejamento e organização;
Dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico.


2.1 Causas e Conseqüências


A Dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a Dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura.
Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora; dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em materiais impressos entre outros
A dislexia, sem causa definida, é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.
Segundo Poppovic (1981), a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização.
Muitas dúvidas sobre a dislexia fazem com que passem a existir muitas informações que, muitas vezes, confundem os professores e pais ao invés de informar. A mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda o assunto, somente o faz de maneira parcial ou inadequada e, ainda, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.


2.2 Diagnóstico


Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva,pois ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho.


3 CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NAS CRIANÇAS


Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.

O fato de apresentar algumas dessas características não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.


4 A INTEGRAÇÃO ESCOLA E FAMILIA NO TRATO COM O DISLÉXO


A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Nacional de Dislexia o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares.
Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
Há muitos elementos que precisam ser explorados e conhecidos para o trabalho com a criança disléxica. O passo inicial é promover uma aula dinâmica que estimula a criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas; utilizando métodos adequados de tratamento e com atenção e carinho, a dislexia pode ser superada possibilitando à criança à obtenção de conhecimentos.
Conhecimento e astúcia da parte do professor são necessários para a compreensão de que a criança tem dificuldade em soletrar; lê, mas não interpreta; escreve ao contrário como se estivesse um espelho à sua frente; tem melhor desempenho na oralidade que na escrita. Há muitas variações a esse quadro.
As primeiras observações são da família. O que não se pode é rotular o aluno de preguiçoso, desinteressado, incapaz, “burro”, o que será um erro fatal.
Cada caso é um caso que merece cuidados, acompanhamento e, por vezes, assistência profissional especializada.
A dislexia não implica em falta de sucesso no futuro. Prova disso são pessoas disléxicas de grande projeção profissional como: Albert Einstein (o gênio da teoria da relatividade), Thomas Edison (inventor), Walt Disney (criador das personagens e dos estúdios Disney), Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) Charles Darwin (autor da teoria da evolução), entre tantos outros.


5 O PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA LEITURA E NA ESCRITA


Para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter conhecimento à cerca da Dislexia. Ele precisa saber o que é a dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com auto-estima baixa.
Já existe professor preocupado com a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os com necessidades educacionais especiais, para isso buscam aperfeiçoar-se cada vez mais através de leitura, cursos, palestras, etc. objetivando um maior conhecimento acerca da diferentes dificuldades e distúrbios que acometem a maioria dos alunos atualmente em quase todas as salas de aula do nosso país e também pelo mundo afora.
Cada vez mais é dever do professor buscar aperfeiçoar-se para trabalhar com todos os tipos de alunos, não só com o ”normal”, aquele que não tem problemas de aprendizagem. Faz-se necessário que o professor conheça os diferentes tipos de problemas de aprendizagem que podem aparecer em uma sala de aula: quais são eles, como diagnosticá-los, o que fazer, como trabalhar com está criança e quais as estratégias e recursos disponíveis para transmitir o conhecimento para este ser que tem direito a aprender como os demais. Mas ainda há um problema acerca desde assunto, pois existe pouca coisa escrita sobre a maioria dos problemas de aprendizagem que afetam as crianças, especialmente no início da alfabetização, bem como, a mídia dá pouco destaque a este assunto.


6 O DISLÉXICO NO DIA-A-DIA


Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade.
Conviver com essas dificuldades mal interpretadas por familiares e amigos derruba a auto-estima, deprime, entristece, faz o portador do distúrbio se sentir diferente. Mesmo que não exista uma forma de acabar com a doença, há o tratamento multidisciplinar para amenizar os problemas encontrados no dia-a-dia. Esse acompanhamento médico, realizado por neuropediatras ou neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, é essencial.
Para alguns professores o disléxo é um aluno desatento, para a maioria dos pais é um filho preguiçoso e ele próprio considera-se “burro”.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.


7 O DISLÉXO E SEU DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda suas idéias.
Segundo Oliveira (1997, p.17), ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outras ainda estão por desenvolver. “Neste último caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para o seu pleno funcionamento e desenvolvimento”.
Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que um aluno não disléxico. Ainda segundo o autor o cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: esquerdo e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em subáreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a última reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de constituir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo de leitura os disléxicos só recorrem na área cerebral que processa fonemas. Por isso, os disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.


8 OBJETIVOS DA LEITURA


O programa da leitura não pode limitar-se a desenvolver as técnicas básicas e destrezas interpretativas de uns signos escritos, ainda que todo processo leitor descanse nela; não pode limitar-se a desenvolver a capacidade para agrupar palavras em unidades de pensamento, ainda que tal capacidade dependa da fluidez e da compreensão; não pode limitar-se a desenvolver aptidão de seguir instruções escritas e reparar em detalhes, ainda que tal aptidão permita ao leitor utilizar intencionalmente o material impresso; etc.
Além destas aptidões, capacidades e destrezas, o ensino da leitura deve desenvolver a atitude que estimule o leitor a buscar informações e referências, deve desenvolver a independência do leitor, fomentando a confiança em seus próprios recursos, capacitando-o para iniciar por si próprio, atividades leitoras, e facilitando-lhe a adaptação ao tipo de leitura para diversos fins. Deve desenvolver aptidão para estabelecer relações entre o lido e os problemas que pretende resolver, deve desenvolver a capacidade de síntese do indivíduo e a aptidão para tirar conclusões do lido.
O conteúdo primordial do ensino da leitura é ajudar a aluno a chegar a ser tão bom leitor quanto possível. Para isso é imprescindível que o professor em todos os níveis escolares dirija a aprendizagem até determinadas metas muito concretas e específicas, que constituem o objetivo real do ensino da leitura.


9 OBJETIVO DA ESCRITA


A escrita é um instrumento fundamental para o registro e comunicação de ideias, considerada basicamente uma destreza de tipo motor que se desenvolve gradualmente à medida que o aluno progrida na sua vida escolar. Tradicionalmente a escrita era concebida como uma arte, como caligrafia.
O seu ensino deve ser em conjunto com os aspectos da linguagem. Com a leitura, o aluno aprende a reconhecer palavras que mais tarde há de reproduzir.
O ensino da escrita deve ser feito de tal modo que sua aprendizagem faculte o aluno a obter êxitos nas suas necessidades gráficas escolares e extra-escolares. A função do professor é ajudá-los a desenvolver uma grafia fluida, fácil e legível. O aluno deve compreender e aceitar, por sua vez, as normas usuais de velocidade, forma e qualidade, desenvolvendo deste modo o sentido de consideração aos demais, e o hábito de sacrificar seus caprichos gráficos individualistas, em áreas de legibilidade.. A correção e o melhoramento da escrita devem ser uma tarefa permanente e sistemática.


10 OUTROS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM




11 ANÁLISE E DISCUSSÃO


A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica. Podemos dizer que, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Para percebermos com mais precisão a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seriíssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que as dificuldades na escola e a decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente difícil, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.


CONCLUSÃO


Para que se possa amenizar o problema do aluno disléxo é necessário saber em qual ponto ele está na aprendizagem, para organizar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental.
A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura, a escrita e a soletração também são afetadas.
Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico, e um acompanhamento profissional. Além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleçam culpas e descrenças e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não impossibilidade, se estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender.
É muito importante que os professores sejam preprados para lidar com a criança disléxa para que a mesma não venha a ser taxada por alguns deles como um aluno preguiçoso e desatento. Também é imprescindível que haja a participação ccntínua dos pais como defensores e facilitadores de intervenções apropriadas, além de atuarem como fonte de apoio emocional junto aos seus filhos.






























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DISLEXIA-desabilidade ou diferença . Disponível em: . Acesso em 11 de maio de 2010.


D’AFFONSECA, Sabrina Mazo. Compreendendo a Dislexia. Disponível em:. Acesso em 11 de maio de 2010.


Formas de Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29/04/2010.


FREITAS,Tânia Maria de Campos.Dislexia uma Visão Psicopedagógica. Disponível em:. Acesso em 12 de maio de 2010.


LORES, Dr.C.Manuel Frômeta. Dificuldade de aprendizagem na Língua Portuguesa. Disponível em:. Acesso em: 30 de abril de 2010.


MARTINS,Vicente. Dislexia:Uma Doença da Classe Média.Disponível em:http://saude.hsw.uol.com.br/dislexia. Acesso em: 29/04/2010.


O que é Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29 de abril de 2010


POPPOVIC, A.M.; GOLUBI, G.M. Prontidão para a Alfabetização: programa para o desenvolvimento de funções específicas. São Paulo: Veto, 1966.


SAYEGH, Flávia. A Dislexia no Contexto da Aprendizagem. Disponível em. Acesso em 11 de maio de 2010.A DISLEXIA E OS OBSTÁCULOS NA APRENDIZAGEM

Ana Cleide Oliveira Santos1
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Orientadora Profª MSc Patrícia Mara Medeiros2

RESUMO

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais. A dislexia acompanha a pessoa no dia-a-dia em sua aprendizagem. Não é uma dificuldade em compreender os conteúdos de aula. É um distúrbio, e como tal segue a criança e adolescente em sua aprendizagem. É necessário, nesse caso, uma intervenção psicopedagógica que tem para o disléxico, um caráter de urgência e pode capacitá-lo a ser autônomo, integrando-o dentro da sala de aula como alguém responsável e competente, assim como reintegrá-lo em suas relações familiares e sociais. Assim, os objetivos desse artigo foram conhecer a etiologia desse distúrbio, suas características e comprometimentos na aprendizagem e para isso utilizamos a pesquisa exploratória, com o uso do método bibliográfico e análise qualitativa. Concluímos com o estudo que a reabilitação da leitura dará ao disléxico, condições de adquirir a educação formal, já que em nossa sociedade representam - a leitura e escrita, habilidades básicas, a "chave-mestra" para o conhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Dificuldades. Dislexia. Intervenção


DYSLEXIA IS OBSTACLES IN LEARNING

ABSTRACT

The difficulty in understanding and defining what is dyslexia, which causes has created a world so diverse information, which confounds and misinformation. In addition to the media in Brazil, the few times in addressing this serious problem, it does so only partially, if not inappropriately, and even outside the context of global current discoveries. Dyslexia accompanies the person in day-to-day in their learning. There is a difficulty in understanding the content of classes. It is a disorder, and as such follows the child and adolescent in their learning. It is necessary in this case, it has a pedagogical intervention for dyslexic, a matter of urgency and may enable them to be autonomous, integrating it into the classroom as someone responsible and competent, and reinstate him in his relations family and social. The objectives of this paper was to understand the etiology of this disorder, its characteristics and impairments in learning and for this we used the exploratory research, using the method literature and qualitative analysis. We conclude with the study that the rehabilitation of reading will give the dyslexic, are able to acquire formal education, since they represent in our society - the reading and writing, basic skills, the "master key" to the knowledge of oneself and the world that surrounds it.

KEYWORDES: Learning. Difficulties. Dyslexia. Intervention
1 INTRODUÇÃO


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas consideradas inteligentes apresentam dificuldades na área da aprendizagem, é desafio que a educação, em especial, vem pesquisando e estudando paulatinamente. Com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia, uma das principais dificuldades enfrentadas por alunos, principalmente na área de leitura e escrita.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Entendemos que a dislexia deve ser tratada em conjunto com vários profissionais afins e dentre eles não poderá faltar a presença do psicopedagogo uma vez que, esse problema reflete na aprendizagem do disléxo.
A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um distúrbio do processo de aprendizagem, já que a deficiência ocorre na dificuldade do indivíduo durante a aquisição da leitura e da expressão escrita. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
A atuação do psicopedagogo busca embasamento constante nos diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do jovem disléxico que o procura. Busca, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho e de conduta que façam mais sentido para ele; objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento.
Devemos nos conscientizar de que a atuação da psicopedagogia só encontrará real eficiência quando atingir a família do disléxico, incorporando-a ao tratamento, já que esta se apresenta no mínimo contaminada pelos fracassos e sofrimentos de seus filhos, associado às projeções de seus próprios sofrimentos, além das tentativas fracassadas de auxílio. Para tanto, a compreensão do sistema funcional, da dinâmica desta família, se faz necessário para que se possa orientá-la eficientemente. A ação deve se estender à instituição escola, alertando e sensibilizando seus educadores de que o disléxico pode e merece aprender, tal qual outro aluno qualquer, que ele apenas precisa de técnicas e estratégias que o auxiliem nessa jornada. Que o educador possa valorizar não seus erros, mas seus acertos.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Com base nesses dados e das dificuldades detectados em sala de aula é que se torna relevante a pesquisa e o conhecimento das possíveis causas desses problemas para que possamos desenvolver políticas educativas que venham nortear os caminhos a seguir na busca de prováveis soluções para que se possa conhecer as dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no seu ambiente escolar e com isso encontrar alternativas que ajudem a amenizar essas dificuldades e também conhecer as causas da dislexia.
Para isso se faz necessário que encontremos respostas para problemas como: Quais as causas da dislexia?Como podemos trabalhar os obstáculos enfrentados pelos disléxicos em sala de aula? E também nos colocar à par de como é tratado o disléxico na comunidade escolar.
Para trabalharmos os problemas apresentados faremos uso da pesquisa bibliográfica levando em consideração os aspectos qualitativos e descritivos.


2 A DISLEXIA


Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.É um jeito de ser e de aprender que reflete a expressão individual de uma mente,muitas vezes perspicaz e até genial, mas que aprende de maneira diferente.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas são:
Dificuldade para pronunciar palavras;
Não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
Dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas seqüenciais como a os dias da semana;
Dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
Dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
Reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
Não gostar ou evitar leitura em voz alta;
Dificuldades para escrever;
Ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
Ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
Dificuldade em organizar seu tempo;
Problemas em soletrar palavras corretamente;
Ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
Não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
Dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
Problemas com planejamento e organização;
Dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico.


2.1 Causas e Conseqüências


A Dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a Dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura.
Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora; dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em materiais impressos entre outros
A dislexia, sem causa definida, é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.
Segundo Poppovic (1981), a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização.
Muitas dúvidas sobre a dislexia fazem com que passem a existir muitas informações que, muitas vezes, confundem os professores e pais ao invés de informar. A mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda o assunto, somente o faz de maneira parcial ou inadequada e, ainda, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.


2.2 Diagnóstico


Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva,pois ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho.


3 CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NAS CRIANÇAS


Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.

O fato de apresentar algumas dessas características não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.


4 A INTEGRAÇÃO ESCOLA E FAMILIA NO TRATO COM O DISLÉXO


A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Nacional de Dislexia o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares.
Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
Há muitos elementos que precisam ser explorados e conhecidos para o trabalho com a criança disléxica. O passo inicial é promover uma aula dinâmica que estimula a criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas; utilizando métodos adequados de tratamento e com atenção e carinho, a dislexia pode ser superada possibilitando à criança à obtenção de conhecimentos.
Conhecimento e astúcia da parte do professor são necessários para a compreensão de que a criança tem dificuldade em soletrar; lê, mas não interpreta; escreve ao contrário como se estivesse um espelho à sua frente; tem melhor desempenho na oralidade que na escrita. Há muitas variações a esse quadro.
As primeiras observações são da família. O que não se pode é rotular o aluno de preguiçoso, desinteressado, incapaz, “burro”, o que será um erro fatal.
Cada caso é um caso que merece cuidados, acompanhamento e, por vezes, assistência profissional especializada.
A dislexia não implica em falta de sucesso no futuro. Prova disso são pessoas disléxicas de grande projeção profissional como: Albert Einstein (o gênio da teoria da relatividade), Thomas Edison (inventor), Walt Disney (criador das personagens e dos estúdios Disney), Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) Charles Darwin (autor da teoria da evolução), entre tantos outros.


5 O PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA LEITURA E NA ESCRITA


Para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter conhecimento à cerca da Dislexia. Ele precisa saber o que é a dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com auto-estima baixa.
Já existe professor preocupado com a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os com necessidades educacionais especiais, para isso buscam aperfeiçoar-se cada vez mais através de leitura, cursos, palestras, etc. objetivando um maior conhecimento acerca da diferentes dificuldades e distúrbios que acometem a maioria dos alunos atualmente em quase todas as salas de aula do nosso país e também pelo mundo afora.
Cada vez mais é dever do professor buscar aperfeiçoar-se para trabalhar com todos os tipos de alunos, não só com o ”normal”, aquele que não tem problemas de aprendizagem. Faz-se necessário que o professor conheça os diferentes tipos de problemas de aprendizagem que podem aparecer em uma sala de aula: quais são eles, como diagnosticá-los, o que fazer, como trabalhar com está criança e quais as estratégias e recursos disponíveis para transmitir o conhecimento para este ser que tem direito a aprender como os demais. Mas ainda há um problema acerca desde assunto, pois existe pouca coisa escrita sobre a maioria dos problemas de aprendizagem que afetam as crianças, especialmente no início da alfabetização, bem como, a mídia dá pouco destaque a este assunto.


6 O DISLÉXICO NO DIA-A-DIA


Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade.
Conviver com essas dificuldades mal interpretadas por familiares e amigos derruba a auto-estima, deprime, entristece, faz o portador do distúrbio se sentir diferente. Mesmo que não exista uma forma de acabar com a doença, há o tratamento multidisciplinar para amenizar os problemas encontrados no dia-a-dia. Esse acompanhamento médico, realizado por neuropediatras ou neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, é essencial.
Para alguns professores o disléxo é um aluno desatento, para a maioria dos pais é um filho preguiçoso e ele próprio considera-se “burro”.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.


7 O DISLÉXO E SEU DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda suas idéias.
Segundo Oliveira (1997, p.17), ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outras ainda estão por desenvolver. “Neste último caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para o seu pleno funcionamento e desenvolvimento”.
Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que um aluno não disléxico. Ainda segundo o autor o cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: esquerdo e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em subáreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a última reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de constituir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo de leitura os disléxicos só recorrem na área cerebral que processa fonemas. Por isso, os disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.


8 OBJETIVOS DA LEITURA


O programa da leitura não pode limitar-se a desenvolver as técnicas básicas e destrezas interpretativas de uns signos escritos, ainda que todo processo leitor descanse nela; não pode limitar-se a desenvolver a capacidade para agrupar palavras em unidades de pensamento, ainda que tal capacidade dependa da fluidez e da compreensão; não pode limitar-se a desenvolver aptidão de seguir instruções escritas e reparar em detalhes, ainda que tal aptidão permita ao leitor utilizar intencionalmente o material impresso; etc.
Além destas aptidões, capacidades e destrezas, o ensino da leitura deve desenvolver a atitude que estimule o leitor a buscar informações e referências, deve desenvolver a independência do leitor, fomentando a confiança em seus próprios recursos, capacitando-o para iniciar por si próprio, atividades leitoras, e facilitando-lhe a adaptação ao tipo de leitura para diversos fins. Deve desenvolver aptidão para estabelecer relações entre o lido e os problemas que pretende resolver, deve desenvolver a capacidade de síntese do indivíduo e a aptidão para tirar conclusões do lido.
O conteúdo primordial do ensino da leitura é ajudar a aluno a chegar a ser tão bom leitor quanto possível. Para isso é imprescindível que o professor em todos os níveis escolares dirija a aprendizagem até determinadas metas muito concretas e específicas, que constituem o objetivo real do ensino da leitura.


9 OBJETIVO DA ESCRITA


A escrita é um instrumento fundamental para o registro e comunicação de ideias, considerada basicamente uma destreza de tipo motor que se desenvolve gradualmente à medida que o aluno progrida na sua vida escolar. Tradicionalmente a escrita era concebida como uma arte, como caligrafia.
O seu ensino deve ser em conjunto com os aspectos da linguagem. Com a leitura, o aluno aprende a reconhecer palavras que mais tarde há de reproduzir.
O ensino da escrita deve ser feito de tal modo que sua aprendizagem faculte o aluno a obter êxitos nas suas necessidades gráficas escolares e extra-escolares. A função do professor é ajudá-los a desenvolver uma grafia fluida, fácil e legível. O aluno deve compreender e aceitar, por sua vez, as normas usuais de velocidade, forma e qualidade, desenvolvendo deste modo o sentido de consideração aos demais, e o hábito de sacrificar seus caprichos gráficos individualistas, em áreas de legibilidade.. A correção e o melhoramento da escrita devem ser uma tarefa permanente e sistemática.


10 OUTROS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM




11 ANÁLISE E DISCUSSÃO


A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica. Podemos dizer que, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Para percebermos com mais precisão a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seriíssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que as dificuldades na escola e a decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente difícil, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.


CONCLUSÃO


Para que se possa amenizar o problema do aluno disléxo é necessário saber em qual ponto ele está na aprendizagem, para organizar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental.
A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura, a escrita e a soletração também são afetadas.
Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico, e um acompanhamento profissional. Além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleçam culpas e descrenças e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não impossibilidade, se estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender.
É muito importante que os professores sejam preprados para lidar com a criança disléxa para que a mesma não venha a ser taxada por alguns deles como um aluno preguiçoso e desatento. Também é imprescindível que haja a participação ccntínua dos pais como defensores e facilitadores de intervenções apropriadas, além de atuarem como fonte de apoio emocional junto aos seus filhos.






























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DISLEXIA-desabilidade ou diferença . Disponível em: . Acesso em 11 de maio de 2010.


D’AFFONSECA, Sabrina Mazo. Compreendendo a Dislexia. Disponível em:. Acesso em 11 de maio de 2010.


Formas de Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29/04/2010.


FREITAS,Tânia Maria de Campos.Dislexia uma Visão Psicopedagógica. Disponível em:. Acesso em 12 de maio de 2010.


LORES, Dr.C.Manuel Frômeta. Dificuldade de aprendizagem na Língua Portuguesa. Disponível em:. Acesso em: 30 de abril de 2010.


MARTINS,Vicente. Dislexia:Uma Doença da Classe Média.Disponível em:http://saude.hsw.uol.com.br/dislexia. Acesso em: 29/04/2010.


O que é Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29 de abril de 2010


POPPOVIC, A.M.; GOLUBI, G.M. Prontidão para a Alfabetização: programa para o desenvolvimento de funções específicas. São Paulo: Veto, 1966.


SAYEGH, Flávia. A Dislexia no Contexto da Aprendizagem. Disponível em. Acesso em 11 de maio de 2010.A DISLEXIA E OS OBSTÁCULOS NA APRENDIZAGEM

Ana Cleide Oliveira Santos1
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Orientadora Profª MSc Patrícia Mara Medeiros2

RESUMO

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais. A dislexia acompanha a pessoa no dia-a-dia em sua aprendizagem. Não é uma dificuldade em compreender os conteúdos de aula. É um distúrbio, e como tal segue a criança e adolescente em sua aprendizagem. É necessário, nesse caso, uma intervenção psicopedagógica que tem para o disléxico, um caráter de urgência e pode capacitá-lo a ser autônomo, integrando-o dentro da sala de aula como alguém responsável e competente, assim como reintegrá-lo em suas relações familiares e sociais. Assim, os objetivos desse artigo foram conhecer a etiologia desse distúrbio, suas características e comprometimentos na aprendizagem e para isso utilizamos a pesquisa exploratória, com o uso do método bibliográfico e análise qualitativa. Concluímos com o estudo que a reabilitação da leitura dará ao disléxico, condições de adquirir a educação formal, já que em nossa sociedade representam - a leitura e escrita, habilidades básicas, a "chave-mestra" para o conhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Dificuldades. Dislexia. Intervenção


DYSLEXIA IS OBSTACLES IN LEARNING

ABSTRACT

The difficulty in understanding and defining what is dyslexia, which causes has created a world so diverse information, which confounds and misinformation. In addition to the media in Brazil, the few times in addressing this serious problem, it does so only partially, if not inappropriately, and even outside the context of global current discoveries. Dyslexia accompanies the person in day-to-day in their learning. There is a difficulty in understanding the content of classes. It is a disorder, and as such follows the child and adolescent in their learning. It is necessary in this case, it has a pedagogical intervention for dyslexic, a matter of urgency and may enable them to be autonomous, integrating it into the classroom as someone responsible and competent, and reinstate him in his relations family and social. The objectives of this paper was to understand the etiology of this disorder, its characteristics and impairments in learning and for this we used the exploratory research, using the method literature and qualitative analysis. We conclude with the study that the rehabilitation of reading will give the dyslexic, are able to acquire formal education, since they represent in our society - the reading and writing, basic skills, the "master key" to the knowledge of oneself and the world that surrounds it.

KEYWORDES: Learning. Difficulties. Dyslexia. Intervention
1 INTRODUÇÃO


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas consideradas inteligentes apresentam dificuldades na área da aprendizagem, é desafio que a educação, em especial, vem pesquisando e estudando paulatinamente. Com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia, uma das principais dificuldades enfrentadas por alunos, principalmente na área de leitura e escrita.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Entendemos que a dislexia deve ser tratada em conjunto com vários profissionais afins e dentre eles não poderá faltar a presença do psicopedagogo uma vez que, esse problema reflete na aprendizagem do disléxo.
A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um distúrbio do processo de aprendizagem, já que a deficiência ocorre na dificuldade do indivíduo durante a aquisição da leitura e da expressão escrita. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
A atuação do psicopedagogo busca embasamento constante nos diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do jovem disléxico que o procura. Busca, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho e de conduta que façam mais sentido para ele; objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento.
Devemos nos conscientizar de que a atuação da psicopedagogia só encontrará real eficiência quando atingir a família do disléxico, incorporando-a ao tratamento, já que esta se apresenta no mínimo contaminada pelos fracassos e sofrimentos de seus filhos, associado às projeções de seus próprios sofrimentos, além das tentativas fracassadas de auxílio. Para tanto, a compreensão do sistema funcional, da dinâmica desta família, se faz necessário para que se possa orientá-la eficientemente. A ação deve se estender à instituição escola, alertando e sensibilizando seus educadores de que o disléxico pode e merece aprender, tal qual outro aluno qualquer, que ele apenas precisa de técnicas e estratégias que o auxiliem nessa jornada. Que o educador possa valorizar não seus erros, mas seus acertos.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Com base nesses dados e das dificuldades detectados em sala de aula é que se torna relevante a pesquisa e o conhecimento das possíveis causas desses problemas para que possamos desenvolver políticas educativas que venham nortear os caminhos a seguir na busca de prováveis soluções para que se possa conhecer as dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no seu ambiente escolar e com isso encontrar alternativas que ajudem a amenizar essas dificuldades e também conhecer as causas da dislexia.
Para isso se faz necessário que encontremos respostas para problemas como: Quais as causas da dislexia?Como podemos trabalhar os obstáculos enfrentados pelos disléxicos em sala de aula? E também nos colocar à par de como é tratado o disléxico na comunidade escolar.
Para trabalharmos os problemas apresentados faremos uso da pesquisa bibliográfica levando em consideração os aspectos qualitativos e descritivos.


2 A DISLEXIA


Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.É um jeito de ser e de aprender que reflete a expressão individual de uma mente,muitas vezes perspicaz e até genial, mas que aprende de maneira diferente.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas são:
Dificuldade para pronunciar palavras;
Não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
Dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas seqüenciais como a os dias da semana;
Dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
Dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
Reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
Não gostar ou evitar leitura em voz alta;
Dificuldades para escrever;
Ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
Ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
Dificuldade em organizar seu tempo;
Problemas em soletrar palavras corretamente;
Ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
Não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
Dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
Problemas com planejamento e organização;
Dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico.


2.1 Causas e Conseqüências


A Dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a Dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura.
Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora; dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em materiais impressos entre outros
A dislexia, sem causa definida, é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.
Segundo Poppovic (1981), a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização.
Muitas dúvidas sobre a dislexia fazem com que passem a existir muitas informações que, muitas vezes, confundem os professores e pais ao invés de informar. A mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda o assunto, somente o faz de maneira parcial ou inadequada e, ainda, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.


2.2 Diagnóstico


Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva,pois ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho.


3 CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NAS CRIANÇAS


Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.

O fato de apresentar algumas dessas características não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.


4 A INTEGRAÇÃO ESCOLA E FAMILIA NO TRATO COM O DISLÉXO


A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Nacional de Dislexia o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares.
Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
Há muitos elementos que precisam ser explorados e conhecidos para o trabalho com a criança disléxica. O passo inicial é promover uma aula dinâmica que estimula a criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas; utilizando métodos adequados de tratamento e com atenção e carinho, a dislexia pode ser superada possibilitando à criança à obtenção de conhecimentos.
Conhecimento e astúcia da parte do professor são necessários para a compreensão de que a criança tem dificuldade em soletrar; lê, mas não interpreta; escreve ao contrário como se estivesse um espelho à sua frente; tem melhor desempenho na oralidade que na escrita. Há muitas variações a esse quadro.
As primeiras observações são da família. O que não se pode é rotular o aluno de preguiçoso, desinteressado, incapaz, “burro”, o que será um erro fatal.
Cada caso é um caso que merece cuidados, acompanhamento e, por vezes, assistência profissional especializada.
A dislexia não implica em falta de sucesso no futuro. Prova disso são pessoas disléxicas de grande projeção profissional como: Albert Einstein (o gênio da teoria da relatividade), Thomas Edison (inventor), Walt Disney (criador das personagens e dos estúdios Disney), Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) Charles Darwin (autor da teoria da evolução), entre tantos outros.


5 O PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA LEITURA E NA ESCRITA


Para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter conhecimento à cerca da Dislexia. Ele precisa saber o que é a dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com auto-estima baixa.
Já existe professor preocupado com a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os com necessidades educacionais especiais, para isso buscam aperfeiçoar-se cada vez mais através de leitura, cursos, palestras, etc. objetivando um maior conhecimento acerca da diferentes dificuldades e distúrbios que acometem a maioria dos alunos atualmente em quase todas as salas de aula do nosso país e também pelo mundo afora.
Cada vez mais é dever do professor buscar aperfeiçoar-se para trabalhar com todos os tipos de alunos, não só com o ”normal”, aquele que não tem problemas de aprendizagem. Faz-se necessário que o professor conheça os diferentes tipos de problemas de aprendizagem que podem aparecer em uma sala de aula: quais são eles, como diagnosticá-los, o que fazer, como trabalhar com está criança e quais as estratégias e recursos disponíveis para transmitir o conhecimento para este ser que tem direito a aprender como os demais. Mas ainda há um problema acerca desde assunto, pois existe pouca coisa escrita sobre a maioria dos problemas de aprendizagem que afetam as crianças, especialmente no início da alfabetização, bem como, a mídia dá pouco destaque a este assunto.


6 O DISLÉXICO NO DIA-A-DIA


Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade.
Conviver com essas dificuldades mal interpretadas por familiares e amigos derruba a auto-estima, deprime, entristece, faz o portador do distúrbio se sentir diferente. Mesmo que não exista uma forma de acabar com a doença, há o tratamento multidisciplinar para amenizar os problemas encontrados no dia-a-dia. Esse acompanhamento médico, realizado por neuropediatras ou neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, é essencial.
Para alguns professores o disléxo é um aluno desatento, para a maioria dos pais é um filho preguiçoso e ele próprio considera-se “burro”.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.


7 O DISLÉXO E SEU DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda suas idéias.
Segundo Oliveira (1997, p.17), ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outras ainda estão por desenvolver. “Neste último caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para o seu pleno funcionamento e desenvolvimento”.
Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que um aluno não disléxico. Ainda segundo o autor o cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: esquerdo e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em subáreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a última reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de constituir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo de leitura os disléxicos só recorrem na área cerebral que processa fonemas. Por isso, os disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.


8 OBJETIVOS DA LEITURA


O programa da leitura não pode limitar-se a desenvolver as técnicas básicas e destrezas interpretativas de uns signos escritos, ainda que todo processo leitor descanse nela; não pode limitar-se a desenvolver a capacidade para agrupar palavras em unidades de pensamento, ainda que tal capacidade dependa da fluidez e da compreensão; não pode limitar-se a desenvolver aptidão de seguir instruções escritas e reparar em detalhes, ainda que tal aptidão permita ao leitor utilizar intencionalmente o material impresso; etc.
Além destas aptidões, capacidades e destrezas, o ensino da leitura deve desenvolver a atitude que estimule o leitor a buscar informações e referências, deve desenvolver a independência do leitor, fomentando a confiança em seus próprios recursos, capacitando-o para iniciar por si próprio, atividades leitoras, e facilitando-lhe a adaptação ao tipo de leitura para diversos fins. Deve desenvolver aptidão para estabelecer relações entre o lido e os problemas que pretende resolver, deve desenvolver a capacidade de síntese do indivíduo e a aptidão para tirar conclusões do lido.
O conteúdo primordial do ensino da leitura é ajudar a aluno a chegar a ser tão bom leitor quanto possível. Para isso é imprescindível que o professor em todos os níveis escolares dirija a aprendizagem até determinadas metas muito concretas e específicas, que constituem o objetivo real do ensino da leitura.


9 OBJETIVO DA ESCRITA


A escrita é um instrumento fundamental para o registro e comunicação de ideias, considerada basicamente uma destreza de tipo motor que se desenvolve gradualmente à medida que o aluno progrida na sua vida escolar. Tradicionalmente a escrita era concebida como uma arte, como caligrafia.
O seu ensino deve ser em conjunto com os aspectos da linguagem. Com a leitura, o aluno aprende a reconhecer palavras que mais tarde há de reproduzir.
O ensino da escrita deve ser feito de tal modo que sua aprendizagem faculte o aluno a obter êxitos nas suas necessidades gráficas escolares e extra-escolares. A função do professor é ajudá-los a desenvolver uma grafia fluida, fácil e legível. O aluno deve compreender e aceitar, por sua vez, as normas usuais de velocidade, forma e qualidade, desenvolvendo deste modo o sentido de consideração aos demais, e o hábito de sacrificar seus caprichos gráficos individualistas, em áreas de legibilidade.. A correção e o melhoramento da escrita devem ser uma tarefa permanente e sistemática.


10 OUTROS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM




11 ANÁLISE E DISCUSSÃO


A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica. Podemos dizer que, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Para percebermos com mais precisão a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seriíssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que as dificuldades na escola e a decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente difícil, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.


CONCLUSÃO


Para que se possa amenizar o problema do aluno disléxo é necessário saber em qual ponto ele está na aprendizagem, para organizar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental.
A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura, a escrita e a soletração também são afetadas.
Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico, e um acompanhamento profissional. Além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleçam culpas e descrenças e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não impossibilidade, se estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender.
É muito importante que os professores sejam preprados para lidar com a criança disléxa para que a mesma não venha a ser taxada por alguns deles como um aluno preguiçoso e desatento. Também é imprescindível que haja a participação ccntínua dos pais como defensores e facilitadores de intervenções apropriadas, além de atuarem como fonte de apoio emocional junto aos seus filhos.






























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DISLEXIA-desabilidade ou diferença . Disponível em: . Acesso em 11 de maio de 2010.


D’AFFONSECA, Sabrina Mazo. Compreendendo a Dislexia. Disponível em:. Acesso em 11 de maio de 2010.


Formas de Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29/04/2010.


FREITAS,Tânia Maria de Campos.Dislexia uma Visão Psicopedagógica. Disponível em:. Acesso em 12 de maio de 2010.


LORES, Dr.C.Manuel Frômeta. Dificuldade de aprendizagem na Língua Portuguesa. Disponível em:. Acesso em: 30 de abril de 2010.


MARTINS,Vicente. Dislexia:Uma Doença da Classe Média.Disponível em:http://saude.hsw.uol.com.br/dislexia. Acesso em: 29/04/2010.


O que é Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29 de abril de 2010


POPPOVIC, A.M.; GOLUBI, G.M. Prontidão para a Alfabetização: programa para o desenvolvimento de funções específicas. São Paulo: Veto, 1966.


SAYEGH, Flávia. A Dislexia no Contexto da Aprendizagem. Disponível em. Acesso em 11 de maio de 2010.A DISLEXIA E OS OBSTÁCULOS NA APRENDIZAGEM

Ana Cleide Oliveira Santos1
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Orientadora Profª MSc Patrícia Mara Medeiros2

RESUMO

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais. A dislexia acompanha a pessoa no dia-a-dia em sua aprendizagem. Não é uma dificuldade em compreender os conteúdos de aula. É um distúrbio, e como tal segue a criança e adolescente em sua aprendizagem. É necessário, nesse caso, uma intervenção psicopedagógica que tem para o disléxico, um caráter de urgência e pode capacitá-lo a ser autônomo, integrando-o dentro da sala de aula como alguém responsável e competente, assim como reintegrá-lo em suas relações familiares e sociais. Assim, os objetivos desse artigo foram conhecer a etiologia desse distúrbio, suas características e comprometimentos na aprendizagem e para isso utilizamos a pesquisa exploratória, com o uso do método bibliográfico e análise qualitativa. Concluímos com o estudo que a reabilitação da leitura dará ao disléxico, condições de adquirir a educação formal, já que em nossa sociedade representam - a leitura e escrita, habilidades básicas, a "chave-mestra" para o conhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Dificuldades. Dislexia. Intervenção


DYSLEXIA IS OBSTACLES IN LEARNING

ABSTRACT

The difficulty in understanding and defining what is dyslexia, which causes has created a world so diverse information, which confounds and misinformation. In addition to the media in Brazil, the few times in addressing this serious problem, it does so only partially, if not inappropriately, and even outside the context of global current discoveries. Dyslexia accompanies the person in day-to-day in their learning. There is a difficulty in understanding the content of classes. It is a disorder, and as such follows the child and adolescent in their learning. It is necessary in this case, it has a pedagogical intervention for dyslexic, a matter of urgency and may enable them to be autonomous, integrating it into the classroom as someone responsible and competent, and reinstate him in his relations family and social. The objectives of this paper was to understand the etiology of this disorder, its characteristics and impairments in learning and for this we used the exploratory research, using the method literature and qualitative analysis. We conclude with the study that the rehabilitation of reading will give the dyslexic, are able to acquire formal education, since they represent in our society - the reading and writing, basic skills, the "master key" to the knowledge of oneself and the world that surrounds it.

KEYWORDES: Learning. Difficulties. Dyslexia. Intervention
1 INTRODUÇÃO


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas consideradas inteligentes apresentam dificuldades na área da aprendizagem, é desafio que a educação, em especial, vem pesquisando e estudando paulatinamente. Com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia, uma das principais dificuldades enfrentadas por alunos, principalmente na área de leitura e escrita.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Entendemos que a dislexia deve ser tratada em conjunto com vários profissionais afins e dentre eles não poderá faltar a presença do psicopedagogo uma vez que, esse problema reflete na aprendizagem do disléxo.
A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um distúrbio do processo de aprendizagem, já que a deficiência ocorre na dificuldade do indivíduo durante a aquisição da leitura e da expressão escrita. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
A atuação do psicopedagogo busca embasamento constante nos diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do jovem disléxico que o procura. Busca, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho e de conduta que façam mais sentido para ele; objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento.
Devemos nos conscientizar de que a atuação da psicopedagogia só encontrará real eficiência quando atingir a família do disléxico, incorporando-a ao tratamento, já que esta se apresenta no mínimo contaminada pelos fracassos e sofrimentos de seus filhos, associado às projeções de seus próprios sofrimentos, além das tentativas fracassadas de auxílio. Para tanto, a compreensão do sistema funcional, da dinâmica desta família, se faz necessário para que se possa orientá-la eficientemente. A ação deve se estender à instituição escola, alertando e sensibilizando seus educadores de que o disléxico pode e merece aprender, tal qual outro aluno qualquer, que ele apenas precisa de técnicas e estratégias que o auxiliem nessa jornada. Que o educador possa valorizar não seus erros, mas seus acertos.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Com base nesses dados e das dificuldades detectados em sala de aula é que se torna relevante a pesquisa e o conhecimento das possíveis causas desses problemas para que possamos desenvolver políticas educativas que venham nortear os caminhos a seguir na busca de prováveis soluções para que se possa conhecer as dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no seu ambiente escolar e com isso encontrar alternativas que ajudem a amenizar essas dificuldades e também conhecer as causas da dislexia.
Para isso se faz necessário que encontremos respostas para problemas como: Quais as causas da dislexia?Como podemos trabalhar os obstáculos enfrentados pelos disléxicos em sala de aula? E também nos colocar à par de como é tratado o disléxico na comunidade escolar.
Para trabalharmos os problemas apresentados faremos uso da pesquisa bibliográfica levando em consideração os aspectos qualitativos e descritivos.


2 A DISLEXIA


Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.É um jeito de ser e de aprender que reflete a expressão individual de uma mente,muitas vezes perspicaz e até genial, mas que aprende de maneira diferente.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas são:
Dificuldade para pronunciar palavras;
Não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
Dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas seqüenciais como a os dias da semana;
Dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
Dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
Reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
Não gostar ou evitar leitura em voz alta;
Dificuldades para escrever;
Ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
Ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
Dificuldade em organizar seu tempo;
Problemas em soletrar palavras corretamente;
Ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
Não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
Dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
Problemas com planejamento e organização;
Dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico.


2.1 Causas e Conseqüências


A Dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a Dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura.
Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora; dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em materiais impressos entre outros
A dislexia, sem causa definida, é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.
Segundo Poppovic (1981), a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização.
Muitas dúvidas sobre a dislexia fazem com que passem a existir muitas informações que, muitas vezes, confundem os professores e pais ao invés de informar. A mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda o assunto, somente o faz de maneira parcial ou inadequada e, ainda, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.


2.2 Diagnóstico


Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva,pois ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho.


3 CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NAS CRIANÇAS


Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.

O fato de apresentar algumas dessas características não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.


4 A INTEGRAÇÃO ESCOLA E FAMILIA NO TRATO COM O DISLÉXO


A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Nacional de Dislexia o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares.
Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
Há muitos elementos que precisam ser explorados e conhecidos para o trabalho com a criança disléxica. O passo inicial é promover uma aula dinâmica que estimula a criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas; utilizando métodos adequados de tratamento e com atenção e carinho, a dislexia pode ser superada possibilitando à criança à obtenção de conhecimentos.
Conhecimento e astúcia da parte do professor são necessários para a compreensão de que a criança tem dificuldade em soletrar; lê, mas não interpreta; escreve ao contrário como se estivesse um espelho à sua frente; tem melhor desempenho na oralidade que na escrita. Há muitas variações a esse quadro.
As primeiras observações são da família. O que não se pode é rotular o aluno de preguiçoso, desinteressado, incapaz, “burro”, o que será um erro fatal.
Cada caso é um caso que merece cuidados, acompanhamento e, por vezes, assistência profissional especializada.
A dislexia não implica em falta de sucesso no futuro. Prova disso são pessoas disléxicas de grande projeção profissional como: Albert Einstein (o gênio da teoria da relatividade), Thomas Edison (inventor), Walt Disney (criador das personagens e dos estúdios Disney), Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) Charles Darwin (autor da teoria da evolução), entre tantos outros.


5 O PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA LEITURA E NA ESCRITA


Para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter conhecimento à cerca da Dislexia. Ele precisa saber o que é a dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com auto-estima baixa.
Já existe professor preocupado com a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os com necessidades educacionais especiais, para isso buscam aperfeiçoar-se cada vez mais através de leitura, cursos, palestras, etc. objetivando um maior conhecimento acerca da diferentes dificuldades e distúrbios que acometem a maioria dos alunos atualmente em quase todas as salas de aula do nosso país e também pelo mundo afora.
Cada vez mais é dever do professor buscar aperfeiçoar-se para trabalhar com todos os tipos de alunos, não só com o ”normal”, aquele que não tem problemas de aprendizagem. Faz-se necessário que o professor conheça os diferentes tipos de problemas de aprendizagem que podem aparecer em uma sala de aula: quais são eles, como diagnosticá-los, o que fazer, como trabalhar com está criança e quais as estratégias e recursos disponíveis para transmitir o conhecimento para este ser que tem direito a aprender como os demais. Mas ainda há um problema acerca desde assunto, pois existe pouca coisa escrita sobre a maioria dos problemas de aprendizagem que afetam as crianças, especialmente no início da alfabetização, bem como, a mídia dá pouco destaque a este assunto.


6 O DISLÉXICO NO DIA-A-DIA


Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade.
Conviver com essas dificuldades mal interpretadas por familiares e amigos derruba a auto-estima, deprime, entristece, faz o portador do distúrbio se sentir diferente. Mesmo que não exista uma forma de acabar com a doença, há o tratamento multidisciplinar para amenizar os problemas encontrados no dia-a-dia. Esse acompanhamento médico, realizado por neuropediatras ou neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, é essencial.
Para alguns professores o disléxo é um aluno desatento, para a maioria dos pais é um filho preguiçoso e ele próprio considera-se “burro”.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.


7 O DISLÉXO E SEU DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda suas idéias.
Segundo Oliveira (1997, p.17), ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outras ainda estão por desenvolver. “Neste último caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para o seu pleno funcionamento e desenvolvimento”.
Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que um aluno não disléxico. Ainda segundo o autor o cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: esquerdo e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em subáreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a última reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de constituir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo de leitura os disléxicos só recorrem na área cerebral que processa fonemas. Por isso, os disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.


8 OBJETIVOS DA LEITURA


O programa da leitura não pode limitar-se a desenvolver as técnicas básicas e destrezas interpretativas de uns signos escritos, ainda que todo processo leitor descanse nela; não pode limitar-se a desenvolver a capacidade para agrupar palavras em unidades de pensamento, ainda que tal capacidade dependa da fluidez e da compreensão; não pode limitar-se a desenvolver aptidão de seguir instruções escritas e reparar em detalhes, ainda que tal aptidão permita ao leitor utilizar intencionalmente o material impresso; etc.
Além destas aptidões, capacidades e destrezas, o ensino da leitura deve desenvolver a atitude que estimule o leitor a buscar informações e referências, deve desenvolver a independência do leitor, fomentando a confiança em seus próprios recursos, capacitando-o para iniciar por si próprio, atividades leitoras, e facilitando-lhe a adaptação ao tipo de leitura para diversos fins. Deve desenvolver aptidão para estabelecer relações entre o lido e os problemas que pretende resolver, deve desenvolver a capacidade de síntese do indivíduo e a aptidão para tirar conclusões do lido.
O conteúdo primordial do ensino da leitura é ajudar a aluno a chegar a ser tão bom leitor quanto possível. Para isso é imprescindível que o professor em todos os níveis escolares dirija a aprendizagem até determinadas metas muito concretas e específicas, que constituem o objetivo real do ensino da leitura.


9 OBJETIVO DA ESCRITA


A escrita é um instrumento fundamental para o registro e comunicação de ideias, considerada basicamente uma destreza de tipo motor que se desenvolve gradualmente à medida que o aluno progrida na sua vida escolar. Tradicionalmente a escrita era concebida como uma arte, como caligrafia.
O seu ensino deve ser em conjunto com os aspectos da linguagem. Com a leitura, o aluno aprende a reconhecer palavras que mais tarde há de reproduzir.
O ensino da escrita deve ser feito de tal modo que sua aprendizagem faculte o aluno a obter êxitos nas suas necessidades gráficas escolares e extra-escolares. A função do professor é ajudá-los a desenvolver uma grafia fluida, fácil e legível. O aluno deve compreender e aceitar, por sua vez, as normas usuais de velocidade, forma e qualidade, desenvolvendo deste modo o sentido de consideração aos demais, e o hábito de sacrificar seus caprichos gráficos individualistas, em áreas de legibilidade.. A correção e o melhoramento da escrita devem ser uma tarefa permanente e sistemática.


10 OUTROS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM




11 ANÁLISE E DISCUSSÃO


A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica. Podemos dizer que, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Para percebermos com mais precisão a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seriíssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que as dificuldades na escola e a decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente difícil, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.


CONCLUSÃO


Para que se possa amenizar o problema do aluno disléxo é necessário saber em qual ponto ele está na aprendizagem, para organizar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental.
A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura, a escrita e a soletração também são afetadas.
Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico, e um acompanhamento profissional. Além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleçam culpas e descrenças e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não impossibilidade, se estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender.
É muito importante que os professores sejam preprados para lidar com a criança disléxa para que a mesma não venha a ser taxada por alguns deles como um aluno preguiçoso e desatento. Também é imprescindível que haja a participação ccntínua dos pais como defensores e facilitadores de intervenções apropriadas, além de atuarem como fonte de apoio emocional junto aos seus filhos.






























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DISLEXIA-desabilidade ou diferença . Disponível em: . Acesso em 11 de maio de 2010.


D’AFFONSECA, Sabrina Mazo. Compreendendo a Dislexia. Disponível em:. Acesso em 11 de maio de 2010.


Formas de Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29/04/2010.


FREITAS,Tânia Maria de Campos.Dislexia uma Visão Psicopedagógica. Disponível em:. Acesso em 12 de maio de 2010.


LORES, Dr.C.Manuel Frômeta. Dificuldade de aprendizagem na Língua Portuguesa. Disponível em:. Acesso em: 30 de abril de 2010.


MARTINS,Vicente. Dislexia:Uma Doença da Classe Média.Disponível em:http://saude.hsw.uol.com.br/dislexia. Acesso em: 29/04/2010.


O que é Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29 de abril de 2010


POPPOVIC, A.M.; GOLUBI, G.M. Prontidão para a Alfabetização: programa para o desenvolvimento de funções específicas. São Paulo: Veto, 1966.


SAYEGH, Flávia. A Dislexia no Contexto da Aprendizagem. Disponível em. Acesso em 11 de maio de 2010.A DISLEXIA E OS OBSTÁCULOS NA APRENDIZAGEM

Ana Cleide Oliveira Santos1
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Orientadora Profª MSc Patrícia Mara Medeiros2

RESUMO

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais. A dislexia acompanha a pessoa no dia-a-dia em sua aprendizagem. Não é uma dificuldade em compreender os conteúdos de aula. É um distúrbio, e como tal segue a criança e adolescente em sua aprendizagem. É necessário, nesse caso, uma intervenção psicopedagógica que tem para o disléxico, um caráter de urgência e pode capacitá-lo a ser autônomo, integrando-o dentro da sala de aula como alguém responsável e competente, assim como reintegrá-lo em suas relações familiares e sociais. Assim, os objetivos desse artigo foram conhecer a etiologia desse distúrbio, suas características e comprometimentos na aprendizagem e para isso utilizamos a pesquisa exploratória, com o uso do método bibliográfico e análise qualitativa. Concluímos com o estudo que a reabilitação da leitura dará ao disléxico, condições de adquirir a educação formal, já que em nossa sociedade representam - a leitura e escrita, habilidades básicas, a "chave-mestra" para o conhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Dificuldades. Dislexia. Intervenção


DYSLEXIA IS OBSTACLES IN LEARNING

ABSTRACT

The difficulty in understanding and defining what is dyslexia, which causes has created a world so diverse information, which confounds and misinformation. In addition to the media in Brazil, the few times in addressing this serious problem, it does so only partially, if not inappropriately, and even outside the context of global current discoveries. Dyslexia accompanies the person in day-to-day in their learning. There is a difficulty in understanding the content of classes. It is a disorder, and as such follows the child and adolescent in their learning. It is necessary in this case, it has a pedagogical intervention for dyslexic, a matter of urgency and may enable them to be autonomous, integrating it into the classroom as someone responsible and competent, and reinstate him in his relations family and social. The objectives of this paper was to understand the etiology of this disorder, its characteristics and impairments in learning and for this we used the exploratory research, using the method literature and qualitative analysis. We conclude with the study that the rehabilitation of reading will give the dyslexic, are able to acquire formal education, since they represent in our society - the reading and writing, basic skills, the "master key" to the knowledge of oneself and the world that surrounds it.

KEYWORDES: Learning. Difficulties. Dyslexia. Intervention
1 INTRODUÇÃO


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas consideradas inteligentes apresentam dificuldades na área da aprendizagem, é desafio que a educação, em especial, vem pesquisando e estudando paulatinamente. Com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia, uma das principais dificuldades enfrentadas por alunos, principalmente na área de leitura e escrita.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Entendemos que a dislexia deve ser tratada em conjunto com vários profissionais afins e dentre eles não poderá faltar a presença do psicopedagogo uma vez que, esse problema reflete na aprendizagem do disléxo.
A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um distúrbio do processo de aprendizagem, já que a deficiência ocorre na dificuldade do indivíduo durante a aquisição da leitura e da expressão escrita. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
A atuação do psicopedagogo busca embasamento constante nos diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do jovem disléxico que o procura. Busca, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho e de conduta que façam mais sentido para ele; objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento.
Devemos nos conscientizar de que a atuação da psicopedagogia só encontrará real eficiência quando atingir a família do disléxico, incorporando-a ao tratamento, já que esta se apresenta no mínimo contaminada pelos fracassos e sofrimentos de seus filhos, associado às projeções de seus próprios sofrimentos, além das tentativas fracassadas de auxílio. Para tanto, a compreensão do sistema funcional, da dinâmica desta família, se faz necessário para que se possa orientá-la eficientemente. A ação deve se estender à instituição escola, alertando e sensibilizando seus educadores de que o disléxico pode e merece aprender, tal qual outro aluno qualquer, que ele apenas precisa de técnicas e estratégias que o auxiliem nessa jornada. Que o educador possa valorizar não seus erros, mas seus acertos.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Com base nesses dados e das dificuldades detectados em sala de aula é que se torna relevante a pesquisa e o conhecimento das possíveis causas desses problemas para que possamos desenvolver políticas educativas que venham nortear os caminhos a seguir na busca de prováveis soluções para que se possa conhecer as dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no seu ambiente escolar e com isso encontrar alternativas que ajudem a amenizar essas dificuldades e também conhecer as causas da dislexia.
Para isso se faz necessário que encontremos respostas para problemas como: Quais as causas da dislexia?Como podemos trabalhar os obstáculos enfrentados pelos disléxicos em sala de aula? E também nos colocar à par de como é tratado o disléxico na comunidade escolar.
Para trabalharmos os problemas apresentados faremos uso da pesquisa bibliográfica levando em consideração os aspectos qualitativos e descritivos.


2 A DISLEXIA


Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.É um jeito de ser e de aprender que reflete a expressão individual de uma mente,muitas vezes perspicaz e até genial, mas que aprende de maneira diferente.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas são:
Dificuldade para pronunciar palavras;
Não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
Dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas seqüenciais como a os dias da semana;
Dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
Dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
Reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
Não gostar ou evitar leitura em voz alta;
Dificuldades para escrever;
Ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
Ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
Dificuldade em organizar seu tempo;
Problemas em soletrar palavras corretamente;
Ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
Não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
Dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
Problemas com planejamento e organização;
Dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico.


2.1 Causas e Conseqüências


A Dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a Dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura.
Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora; dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em materiais impressos entre outros
A dislexia, sem causa definida, é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.
Segundo Poppovic (1981), a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização.
Muitas dúvidas sobre a dislexia fazem com que passem a existir muitas informações que, muitas vezes, confundem os professores e pais ao invés de informar. A mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda o assunto, somente o faz de maneira parcial ou inadequada e, ainda, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.


2.2 Diagnóstico


Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva,pois ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho.


3 CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NAS CRIANÇAS


Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.

O fato de apresentar algumas dessas características não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.


4 A INTEGRAÇÃO ESCOLA E FAMILIA NO TRATO COM O DISLÉXO


A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Nacional de Dislexia o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares.
Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
Há muitos elementos que precisam ser explorados e conhecidos para o trabalho com a criança disléxica. O passo inicial é promover uma aula dinâmica que estimula a criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas; utilizando métodos adequados de tratamento e com atenção e carinho, a dislexia pode ser superada possibilitando à criança à obtenção de conhecimentos.
Conhecimento e astúcia da parte do professor são necessários para a compreensão de que a criança tem dificuldade em soletrar; lê, mas não interpreta; escreve ao contrário como se estivesse um espelho à sua frente; tem melhor desempenho na oralidade que na escrita. Há muitas variações a esse quadro.
As primeiras observações são da família. O que não se pode é rotular o aluno de preguiçoso, desinteressado, incapaz, “burro”, o que será um erro fatal.
Cada caso é um caso que merece cuidados, acompanhamento e, por vezes, assistência profissional especializada.
A dislexia não implica em falta de sucesso no futuro. Prova disso são pessoas disléxicas de grande projeção profissional como: Albert Einstein (o gênio da teoria da relatividade), Thomas Edison (inventor), Walt Disney (criador das personagens e dos estúdios Disney), Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) Charles Darwin (autor da teoria da evolução), entre tantos outros.


5 O PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA LEITURA E NA ESCRITA


Para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter conhecimento à cerca da Dislexia. Ele precisa saber o que é a dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com auto-estima baixa.
Já existe professor preocupado com a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os com necessidades educacionais especiais, para isso buscam aperfeiçoar-se cada vez mais através de leitura, cursos, palestras, etc. objetivando um maior conhecimento acerca da diferentes dificuldades e distúrbios que acometem a maioria dos alunos atualmente em quase todas as salas de aula do nosso país e também pelo mundo afora.
Cada vez mais é dever do professor buscar aperfeiçoar-se para trabalhar com todos os tipos de alunos, não só com o ”normal”, aquele que não tem problemas de aprendizagem. Faz-se necessário que o professor conheça os diferentes tipos de problemas de aprendizagem que podem aparecer em uma sala de aula: quais são eles, como diagnosticá-los, o que fazer, como trabalhar com está criança e quais as estratégias e recursos disponíveis para transmitir o conhecimento para este ser que tem direito a aprender como os demais. Mas ainda há um problema acerca desde assunto, pois existe pouca coisa escrita sobre a maioria dos problemas de aprendizagem que afetam as crianças, especialmente no início da alfabetização, bem como, a mídia dá pouco destaque a este assunto.


6 O DISLÉXICO NO DIA-A-DIA


Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade.
Conviver com essas dificuldades mal interpretadas por familiares e amigos derruba a auto-estima, deprime, entristece, faz o portador do distúrbio se sentir diferente. Mesmo que não exista uma forma de acabar com a doença, há o tratamento multidisciplinar para amenizar os problemas encontrados no dia-a-dia. Esse acompanhamento médico, realizado por neuropediatras ou neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, é essencial.
Para alguns professores o disléxo é um aluno desatento, para a maioria dos pais é um filho preguiçoso e ele próprio considera-se “burro”.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.


7 O DISLÉXO E SEU DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda suas idéias.
Segundo Oliveira (1997, p.17), ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outras ainda estão por desenvolver. “Neste último caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para o seu pleno funcionamento e desenvolvimento”.
Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que um aluno não disléxico. Ainda segundo o autor o cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: esquerdo e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em subáreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a última reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de constituir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo de leitura os disléxicos só recorrem na área cerebral que processa fonemas. Por isso, os disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.


8 OBJETIVOS DA LEITURA


O programa da leitura não pode limitar-se a desenvolver as técnicas básicas e destrezas interpretativas de uns signos escritos, ainda que todo processo leitor descanse nela; não pode limitar-se a desenvolver a capacidade para agrupar palavras em unidades de pensamento, ainda que tal capacidade dependa da fluidez e da compreensão; não pode limitar-se a desenvolver aptidão de seguir instruções escritas e reparar em detalhes, ainda que tal aptidão permita ao leitor utilizar intencionalmente o material impresso; etc.
Além destas aptidões, capacidades e destrezas, o ensino da leitura deve desenvolver a atitude que estimule o leitor a buscar informações e referências, deve desenvolver a independência do leitor, fomentando a confiança em seus próprios recursos, capacitando-o para iniciar por si próprio, atividades leitoras, e facilitando-lhe a adaptação ao tipo de leitura para diversos fins. Deve desenvolver aptidão para estabelecer relações entre o lido e os problemas que pretende resolver, deve desenvolver a capacidade de síntese do indivíduo e a aptidão para tirar conclusões do lido.
O conteúdo primordial do ensino da leitura é ajudar a aluno a chegar a ser tão bom leitor quanto possível. Para isso é imprescindível que o professor em todos os níveis escolares dirija a aprendizagem até determinadas metas muito concretas e específicas, que constituem o objetivo real do ensino da leitura.


9 OBJETIVO DA ESCRITA


A escrita é um instrumento fundamental para o registro e comunicação de ideias, considerada basicamente uma destreza de tipo motor que se desenvolve gradualmente à medida que o aluno progrida na sua vida escolar. Tradicionalmente a escrita era concebida como uma arte, como caligrafia.
O seu ensino deve ser em conjunto com os aspectos da linguagem. Com a leitura, o aluno aprende a reconhecer palavras que mais tarde há de reproduzir.
O ensino da escrita deve ser feito de tal modo que sua aprendizagem faculte o aluno a obter êxitos nas suas necessidades gráficas escolares e extra-escolares. A função do professor é ajudá-los a desenvolver uma grafia fluida, fácil e legível. O aluno deve compreender e aceitar, por sua vez, as normas usuais de velocidade, forma e qualidade, desenvolvendo deste modo o sentido de consideração aos demais, e o hábito de sacrificar seus caprichos gráficos individualistas, em áreas de legibilidade.. A correção e o melhoramento da escrita devem ser uma tarefa permanente e sistemática.


10 OUTROS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM




11 ANÁLISE E DISCUSSÃO


A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica. Podemos dizer que, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Para percebermos com mais precisão a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seriíssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que as dificuldades na escola e a decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente difícil, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.


CONCLUSÃO


Para que se possa amenizar o problema do aluno disléxo é necessário saber em qual ponto ele está na aprendizagem, para organizar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental.
A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura, a escrita e a soletração também são afetadas.
Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico, e um acompanhamento profissional. Além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleçam culpas e descrenças e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não impossibilidade, se estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender.
É muito importante que os professores sejam preprados para lidar com a criança disléxa para que a mesma não venha a ser taxada por alguns deles como um aluno preguiçoso e desatento. Também é imprescindível que haja a participação ccntínua dos pais como defensores e facilitadores de intervenções apropriadas, além de atuarem como fonte de apoio emocional junto aos seus filhos.






























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DISLEXIA-desabilidade ou diferença . Disponível em: . Acesso em 11 de maio de 2010.


D’AFFONSECA, Sabrina Mazo. Compreendendo a Dislexia. Disponível em:. Acesso em 11 de maio de 2010.


Formas de Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29/04/2010.


FREITAS,Tânia Maria de Campos.Dislexia uma Visão Psicopedagógica. Disponível em:. Acesso em 12 de maio de 2010.


LORES, Dr.C.Manuel Frômeta. Dificuldade de aprendizagem na Língua Portuguesa. Disponível em:. Acesso em: 30 de abril de 2010.


MARTINS,Vicente. Dislexia:Uma Doença da Classe Média.Disponível em:http://saude.hsw.uol.com.br/dislexia. Acesso em: 29/04/2010.


O que é Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29 de abril de 2010


POPPOVIC, A.M.; GOLUBI, G.M. Prontidão para a Alfabetização: programa para o desenvolvimento de funções específicas. São Paulo: Veto, 1966.


SAYEGH, Flávia. A Dislexia no Contexto da Aprendizagem. Disponível em. Acesso em 11 de maio de 2010.A DISLEXIA E OS OBSTÁCULOS NA APRENDIZAGEM

Ana Cleide Oliveira Santos1
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Orientadora Profª MSc Patrícia Mara Medeiros2

RESUMO

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais. A dislexia acompanha a pessoa no dia-a-dia em sua aprendizagem. Não é uma dificuldade em compreender os conteúdos de aula. É um distúrbio, e como tal segue a criança e adolescente em sua aprendizagem. É necessário, nesse caso, uma intervenção psicopedagógica que tem para o disléxico, um caráter de urgência e pode capacitá-lo a ser autônomo, integrando-o dentro da sala de aula como alguém responsável e competente, assim como reintegrá-lo em suas relações familiares e sociais. Assim, os objetivos desse artigo foram conhecer a etiologia desse distúrbio, suas características e comprometimentos na aprendizagem e para isso utilizamos a pesquisa exploratória, com o uso do método bibliográfico e análise qualitativa. Concluímos com o estudo que a reabilitação da leitura dará ao disléxico, condições de adquirir a educação formal, já que em nossa sociedade representam - a leitura e escrita, habilidades básicas, a "chave-mestra" para o conhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Dificuldades. Dislexia. Intervenção


DYSLEXIA IS OBSTACLES IN LEARNING

ABSTRACT

The difficulty in understanding and defining what is dyslexia, which causes has created a world so diverse information, which confounds and misinformation. In addition to the media in Brazil, the few times in addressing this serious problem, it does so only partially, if not inappropriately, and even outside the context of global current discoveries. Dyslexia accompanies the person in day-to-day in their learning. There is a difficulty in understanding the content of classes. It is a disorder, and as such follows the child and adolescent in their learning. It is necessary in this case, it has a pedagogical intervention for dyslexic, a matter of urgency and may enable them to be autonomous, integrating it into the classroom as someone responsible and competent, and reinstate him in his relations family and social. The objectives of this paper was to understand the etiology of this disorder, its characteristics and impairments in learning and for this we used the exploratory research, using the method literature and qualitative analysis. We conclude with the study that the rehabilitation of reading will give the dyslexic, are able to acquire formal education, since they represent in our society - the reading and writing, basic skills, the "master key" to the knowledge of oneself and the world that surrounds it.

KEYWORDES: Learning. Difficulties. Dyslexia. Intervention
1 INTRODUÇÃO


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas consideradas inteligentes apresentam dificuldades na área da aprendizagem, é desafio que a educação, em especial, vem pesquisando e estudando paulatinamente. Com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia, uma das principais dificuldades enfrentadas por alunos, principalmente na área de leitura e escrita.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Entendemos que a dislexia deve ser tratada em conjunto com vários profissionais afins e dentre eles não poderá faltar a presença do psicopedagogo uma vez que, esse problema reflete na aprendizagem do disléxo.
A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um distúrbio do processo de aprendizagem, já que a deficiência ocorre na dificuldade do indivíduo durante a aquisição da leitura e da expressão escrita. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
A atuação do psicopedagogo busca embasamento constante nos diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do jovem disléxico que o procura. Busca, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho e de conduta que façam mais sentido para ele; objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento.
Devemos nos conscientizar de que a atuação da psicopedagogia só encontrará real eficiência quando atingir a família do disléxico, incorporando-a ao tratamento, já que esta se apresenta no mínimo contaminada pelos fracassos e sofrimentos de seus filhos, associado às projeções de seus próprios sofrimentos, além das tentativas fracassadas de auxílio. Para tanto, a compreensão do sistema funcional, da dinâmica desta família, se faz necessário para que se possa orientá-la eficientemente. A ação deve se estender à instituição escola, alertando e sensibilizando seus educadores de que o disléxico pode e merece aprender, tal qual outro aluno qualquer, que ele apenas precisa de técnicas e estratégias que o auxiliem nessa jornada. Que o educador possa valorizar não seus erros, mas seus acertos.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Com base nesses dados e das dificuldades detectados em sala de aula é que se torna relevante a pesquisa e o conhecimento das possíveis causas desses problemas para que possamos desenvolver políticas educativas que venham nortear os caminhos a seguir na busca de prováveis soluções para que se possa conhecer as dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no seu ambiente escolar e com isso encontrar alternativas que ajudem a amenizar essas dificuldades e também conhecer as causas da dislexia.
Para isso se faz necessário que encontremos respostas para problemas como: Quais as causas da dislexia?Como podemos trabalhar os obstáculos enfrentados pelos disléxicos em sala de aula? E também nos colocar à par de como é tratado o disléxico na comunidade escolar.
Para trabalharmos os problemas apresentados faremos uso da pesquisa bibliográfica levando em consideração os aspectos qualitativos e descritivos.


2 A DISLEXIA


Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.É um jeito de ser e de aprender que reflete a expressão individual de uma mente,muitas vezes perspicaz e até genial, mas que aprende de maneira diferente.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas são:
Dificuldade para pronunciar palavras;
Não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
Dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas seqüenciais como a os dias da semana;
Dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
Dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
Reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
Não gostar ou evitar leitura em voz alta;
Dificuldades para escrever;
Ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
Ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
Dificuldade em organizar seu tempo;
Problemas em soletrar palavras corretamente;
Ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
Não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
Dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
Problemas com planejamento e organização;
Dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico.


2.1 Causas e Conseqüências


A Dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a Dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura.
Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora; dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em materiais impressos entre outros
A dislexia, sem causa definida, é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.
Segundo Poppovic (1981), a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização.
Muitas dúvidas sobre a dislexia fazem com que passem a existir muitas informações que, muitas vezes, confundem os professores e pais ao invés de informar. A mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda o assunto, somente o faz de maneira parcial ou inadequada e, ainda, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.


2.2 Diagnóstico


Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva,pois ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho.


3 CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NAS CRIANÇAS


Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.

O fato de apresentar algumas dessas características não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.


4 A INTEGRAÇÃO ESCOLA E FAMILIA NO TRATO COM O DISLÉXO


A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Nacional de Dislexia o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares.
Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
Há muitos elementos que precisam ser explorados e conhecidos para o trabalho com a criança disléxica. O passo inicial é promover uma aula dinâmica que estimula a criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas; utilizando métodos adequados de tratamento e com atenção e carinho, a dislexia pode ser superada possibilitando à criança à obtenção de conhecimentos.
Conhecimento e astúcia da parte do professor são necessários para a compreensão de que a criança tem dificuldade em soletrar; lê, mas não interpreta; escreve ao contrário como se estivesse um espelho à sua frente; tem melhor desempenho na oralidade que na escrita. Há muitas variações a esse quadro.
As primeiras observações são da família. O que não se pode é rotular o aluno de preguiçoso, desinteressado, incapaz, “burro”, o que será um erro fatal.
Cada caso é um caso que merece cuidados, acompanhamento e, por vezes, assistência profissional especializada.
A dislexia não implica em falta de sucesso no futuro. Prova disso são pessoas disléxicas de grande projeção profissional como: Albert Einstein (o gênio da teoria da relatividade), Thomas Edison (inventor), Walt Disney (criador das personagens e dos estúdios Disney), Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) Charles Darwin (autor da teoria da evolução), entre tantos outros.


5 O PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA LEITURA E NA ESCRITA


Para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter conhecimento à cerca da Dislexia. Ele precisa saber o que é a dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com auto-estima baixa.
Já existe professor preocupado com a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os com necessidades educacionais especiais, para isso buscam aperfeiçoar-se cada vez mais através de leitura, cursos, palestras, etc. objetivando um maior conhecimento acerca da diferentes dificuldades e distúrbios que acometem a maioria dos alunos atualmente em quase todas as salas de aula do nosso país e também pelo mundo afora.
Cada vez mais é dever do professor buscar aperfeiçoar-se para trabalhar com todos os tipos de alunos, não só com o ”normal”, aquele que não tem problemas de aprendizagem. Faz-se necessário que o professor conheça os diferentes tipos de problemas de aprendizagem que podem aparecer em uma sala de aula: quais são eles, como diagnosticá-los, o que fazer, como trabalhar com está criança e quais as estratégias e recursos disponíveis para transmitir o conhecimento para este ser que tem direito a aprender como os demais. Mas ainda há um problema acerca desde assunto, pois existe pouca coisa escrita sobre a maioria dos problemas de aprendizagem que afetam as crianças, especialmente no início da alfabetização, bem como, a mídia dá pouco destaque a este assunto.


6 O DISLÉXICO NO DIA-A-DIA


Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade.
Conviver com essas dificuldades mal interpretadas por familiares e amigos derruba a auto-estima, deprime, entristece, faz o portador do distúrbio se sentir diferente. Mesmo que não exista uma forma de acabar com a doença, há o tratamento multidisciplinar para amenizar os problemas encontrados no dia-a-dia. Esse acompanhamento médico, realizado por neuropediatras ou neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, é essencial.
Para alguns professores o disléxo é um aluno desatento, para a maioria dos pais é um filho preguiçoso e ele próprio considera-se “burro”.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.


7 O DISLÉXO E SEU DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda suas idéias.
Segundo Oliveira (1997, p.17), ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outras ainda estão por desenvolver. “Neste último caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para o seu pleno funcionamento e desenvolvimento”.
Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que um aluno não disléxico. Ainda segundo o autor o cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: esquerdo e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em subáreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a última reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de constituir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo de leitura os disléxicos só recorrem na área cerebral que processa fonemas. Por isso, os disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.


8 OBJETIVOS DA LEITURA


O programa da leitura não pode limitar-se a desenvolver as técnicas básicas e destrezas interpretativas de uns signos escritos, ainda que todo processo leitor descanse nela; não pode limitar-se a desenvolver a capacidade para agrupar palavras em unidades de pensamento, ainda que tal capacidade dependa da fluidez e da compreensão; não pode limitar-se a desenvolver aptidão de seguir instruções escritas e reparar em detalhes, ainda que tal aptidão permita ao leitor utilizar intencionalmente o material impresso; etc.
Além destas aptidões, capacidades e destrezas, o ensino da leitura deve desenvolver a atitude que estimule o leitor a buscar informações e referências, deve desenvolver a independência do leitor, fomentando a confiança em seus próprios recursos, capacitando-o para iniciar por si próprio, atividades leitoras, e facilitando-lhe a adaptação ao tipo de leitura para diversos fins. Deve desenvolver aptidão para estabelecer relações entre o lido e os problemas que pretende resolver, deve desenvolver a capacidade de síntese do indivíduo e a aptidão para tirar conclusões do lido.
O conteúdo primordial do ensino da leitura é ajudar a aluno a chegar a ser tão bom leitor quanto possível. Para isso é imprescindível que o professor em todos os níveis escolares dirija a aprendizagem até determinadas metas muito concretas e específicas, que constituem o objetivo real do ensino da leitura.


9 OBJETIVO DA ESCRITA


A escrita é um instrumento fundamental para o registro e comunicação de ideias, considerada basicamente uma destreza de tipo motor que se desenvolve gradualmente à medida que o aluno progrida na sua vida escolar. Tradicionalmente a escrita era concebida como uma arte, como caligrafia.
O seu ensino deve ser em conjunto com os aspectos da linguagem. Com a leitura, o aluno aprende a reconhecer palavras que mais tarde há de reproduzir.
O ensino da escrita deve ser feito de tal modo que sua aprendizagem faculte o aluno a obter êxitos nas suas necessidades gráficas escolares e extra-escolares. A função do professor é ajudá-los a desenvolver uma grafia fluida, fácil e legível. O aluno deve compreender e aceitar, por sua vez, as normas usuais de velocidade, forma e qualidade, desenvolvendo deste modo o sentido de consideração aos demais, e o hábito de sacrificar seus caprichos gráficos individualistas, em áreas de legibilidade.. A correção e o melhoramento da escrita devem ser uma tarefa permanente e sistemática.


10 OUTROS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM




11 ANÁLISE E DISCUSSÃO


A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica. Podemos dizer que, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Para percebermos com mais precisão a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seriíssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que as dificuldades na escola e a decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente difícil, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.


CONCLUSÃO


Para que se possa amenizar o problema do aluno disléxo é necessário saber em qual ponto ele está na aprendizagem, para organizar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental.
A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura, a escrita e a soletração também são afetadas.
Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico, e um acompanhamento profissional. Além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleçam culpas e descrenças e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não impossibilidade, se estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender.
É muito importante que os professores sejam preprados para lidar com a criança disléxa para que a mesma não venha a ser taxada por alguns deles como um aluno preguiçoso e desatento. Também é imprescindível que haja a participação ccntínua dos pais como defensores e facilitadores de intervenções apropriadas, além de atuarem como fonte de apoio emocional junto aos seus filhos.






























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DISLEXIA-desabilidade ou diferença . Disponível em: . Acesso em 11 de maio de 2010.


D’AFFONSECA, Sabrina Mazo. Compreendendo a Dislexia. Disponível em:. Acesso em 11 de maio de 2010.


Formas de Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29/04/2010.


FREITAS,Tânia Maria de Campos.Dislexia uma Visão Psicopedagógica. Disponível em:. Acesso em 12 de maio de 2010.


LORES, Dr.C.Manuel Frômeta. Dificuldade de aprendizagem na Língua Portuguesa. Disponível em:. Acesso em: 30 de abril de 2010.


MARTINS,Vicente. Dislexia:Uma Doença da Classe Média.Disponível em:http://saude.hsw.uol.com.br/dislexia. Acesso em: 29/04/2010.


O que é Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29 de abril de 2010


POPPOVIC, A.M.; GOLUBI, G.M. Prontidão para a Alfabetização: programa para o desenvolvimento de funções específicas. São Paulo: Veto, 1966.


SAYEGH, Flávia. A Dislexia no Contexto da Aprendizagem. Disponível em. Acesso em 11 de maio de 2010.A DISLEXIA E OS OBSTÁCULOS NA APRENDIZAGEM

Ana Cleide Oliveira Santos1
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Orientadora Profª MSc Patrícia Mara Medeiros2

RESUMO

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais. A dislexia acompanha a pessoa no dia-a-dia em sua aprendizagem. Não é uma dificuldade em compreender os conteúdos de aula. É um distúrbio, e como tal segue a criança e adolescente em sua aprendizagem. É necessário, nesse caso, uma intervenção psicopedagógica que tem para o disléxico, um caráter de urgência e pode capacitá-lo a ser autônomo, integrando-o dentro da sala de aula como alguém responsável e competente, assim como reintegrá-lo em suas relações familiares e sociais. Assim, os objetivos desse artigo foram conhecer a etiologia desse distúrbio, suas características e comprometimentos na aprendizagem e para isso utilizamos a pesquisa exploratória, com o uso do método bibliográfico e análise qualitativa. Concluímos com o estudo que a reabilitação da leitura dará ao disléxico, condições de adquirir a educação formal, já que em nossa sociedade representam - a leitura e escrita, habilidades básicas, a "chave-mestra" para o conhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Dificuldades. Dislexia. Intervenção


DYSLEXIA IS OBSTACLES IN LEARNING

ABSTRACT

The difficulty in understanding and defining what is dyslexia, which causes has created a world so diverse information, which confounds and misinformation. In addition to the media in Brazil, the few times in addressing this serious problem, it does so only partially, if not inappropriately, and even outside the context of global current discoveries. Dyslexia accompanies the person in day-to-day in their learning. There is a difficulty in understanding the content of classes. It is a disorder, and as such follows the child and adolescent in their learning. It is necessary in this case, it has a pedagogical intervention for dyslexic, a matter of urgency and may enable them to be autonomous, integrating it into the classroom as someone responsible and competent, and reinstate him in his relations family and social. The objectives of this paper was to understand the etiology of this disorder, its characteristics and impairments in learning and for this we used the exploratory research, using the method literature and qualitative analysis. We conclude with the study that the rehabilitation of reading will give the dyslexic, are able to acquire formal education, since they represent in our society - the reading and writing, basic skills, the "master key" to the knowledge of oneself and the world that surrounds it.

KEYWORDES: Learning. Difficulties. Dyslexia. Intervention
1 INTRODUÇÃO


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas consideradas inteligentes apresentam dificuldades na área da aprendizagem, é desafio que a educação, em especial, vem pesquisando e estudando paulatinamente. Com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia, uma das principais dificuldades enfrentadas por alunos, principalmente na área de leitura e escrita.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Entendemos que a dislexia deve ser tratada em conjunto com vários profissionais afins e dentre eles não poderá faltar a presença do psicopedagogo uma vez que, esse problema reflete na aprendizagem do disléxo.
A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um distúrbio do processo de aprendizagem, já que a deficiência ocorre na dificuldade do indivíduo durante a aquisição da leitura e da expressão escrita. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
A atuação do psicopedagogo busca embasamento constante nos diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do jovem disléxico que o procura. Busca, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho e de conduta que façam mais sentido para ele; objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento.
Devemos nos conscientizar de que a atuação da psicopedagogia só encontrará real eficiência quando atingir a família do disléxico, incorporando-a ao tratamento, já que esta se apresenta no mínimo contaminada pelos fracassos e sofrimentos de seus filhos, associado às projeções de seus próprios sofrimentos, além das tentativas fracassadas de auxílio. Para tanto, a compreensão do sistema funcional, da dinâmica desta família, se faz necessário para que se possa orientá-la eficientemente. A ação deve se estender à instituição escola, alertando e sensibilizando seus educadores de que o disléxico pode e merece aprender, tal qual outro aluno qualquer, que ele apenas precisa de técnicas e estratégias que o auxiliem nessa jornada. Que o educador possa valorizar não seus erros, mas seus acertos.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Com base nesses dados e das dificuldades detectados em sala de aula é que se torna relevante a pesquisa e o conhecimento das possíveis causas desses problemas para que possamos desenvolver políticas educativas que venham nortear os caminhos a seguir na busca de prováveis soluções para que se possa conhecer as dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no seu ambiente escolar e com isso encontrar alternativas que ajudem a amenizar essas dificuldades e também conhecer as causas da dislexia.
Para isso se faz necessário que encontremos respostas para problemas como: Quais as causas da dislexia?Como podemos trabalhar os obstáculos enfrentados pelos disléxicos em sala de aula? E também nos colocar à par de como é tratado o disléxico na comunidade escolar.
Para trabalharmos os problemas apresentados faremos uso da pesquisa bibliográfica levando em consideração os aspectos qualitativos e descritivos.


2 A DISLEXIA


Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.É um jeito de ser e de aprender que reflete a expressão individual de uma mente,muitas vezes perspicaz e até genial, mas que aprende de maneira diferente.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas são:
Dificuldade para pronunciar palavras;
Não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
Dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas seqüenciais como a os dias da semana;
Dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
Dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
Reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
Não gostar ou evitar leitura em voz alta;
Dificuldades para escrever;
Ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
Ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
Dificuldade em organizar seu tempo;
Problemas em soletrar palavras corretamente;
Ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
Não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
Dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
Problemas com planejamento e organização;
Dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico.


2.1 Causas e Conseqüências


A Dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a Dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura.
Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora; dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em materiais impressos entre outros
A dislexia, sem causa definida, é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.
Segundo Poppovic (1981), a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização.
Muitas dúvidas sobre a dislexia fazem com que passem a existir muitas informações que, muitas vezes, confundem os professores e pais ao invés de informar. A mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda o assunto, somente o faz de maneira parcial ou inadequada e, ainda, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.


2.2 Diagnóstico


Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva,pois ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho.


3 CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NAS CRIANÇAS


Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.

O fato de apresentar algumas dessas características não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.


4 A INTEGRAÇÃO ESCOLA E FAMILIA NO TRATO COM O DISLÉXO


A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Nacional de Dislexia o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares.
Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
Há muitos elementos que precisam ser explorados e conhecidos para o trabalho com a criança disléxica. O passo inicial é promover uma aula dinâmica que estimula a criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas; utilizando métodos adequados de tratamento e com atenção e carinho, a dislexia pode ser superada possibilitando à criança à obtenção de conhecimentos.
Conhecimento e astúcia da parte do professor são necessários para a compreensão de que a criança tem dificuldade em soletrar; lê, mas não interpreta; escreve ao contrário como se estivesse um espelho à sua frente; tem melhor desempenho na oralidade que na escrita. Há muitas variações a esse quadro.
As primeiras observações são da família. O que não se pode é rotular o aluno de preguiçoso, desinteressado, incapaz, “burro”, o que será um erro fatal.
Cada caso é um caso que merece cuidados, acompanhamento e, por vezes, assistência profissional especializada.
A dislexia não implica em falta de sucesso no futuro. Prova disso são pessoas disléxicas de grande projeção profissional como: Albert Einstein (o gênio da teoria da relatividade), Thomas Edison (inventor), Walt Disney (criador das personagens e dos estúdios Disney), Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) Charles Darwin (autor da teoria da evolução), entre tantos outros.


5 O PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA LEITURA E NA ESCRITA


Para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter conhecimento à cerca da Dislexia. Ele precisa saber o que é a dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com auto-estima baixa.
Já existe professor preocupado com a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os com necessidades educacionais especiais, para isso buscam aperfeiçoar-se cada vez mais através de leitura, cursos, palestras, etc. objetivando um maior conhecimento acerca da diferentes dificuldades e distúrbios que acometem a maioria dos alunos atualmente em quase todas as salas de aula do nosso país e também pelo mundo afora.
Cada vez mais é dever do professor buscar aperfeiçoar-se para trabalhar com todos os tipos de alunos, não só com o ”normal”, aquele que não tem problemas de aprendizagem. Faz-se necessário que o professor conheça os diferentes tipos de problemas de aprendizagem que podem aparecer em uma sala de aula: quais são eles, como diagnosticá-los, o que fazer, como trabalhar com está criança e quais as estratégias e recursos disponíveis para transmitir o conhecimento para este ser que tem direito a aprender como os demais. Mas ainda há um problema acerca desde assunto, pois existe pouca coisa escrita sobre a maioria dos problemas de aprendizagem que afetam as crianças, especialmente no início da alfabetização, bem como, a mídia dá pouco destaque a este assunto.


6 O DISLÉXICO NO DIA-A-DIA


Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade.
Conviver com essas dificuldades mal interpretadas por familiares e amigos derruba a auto-estima, deprime, entristece, faz o portador do distúrbio se sentir diferente. Mesmo que não exista uma forma de acabar com a doença, há o tratamento multidisciplinar para amenizar os problemas encontrados no dia-a-dia. Esse acompanhamento médico, realizado por neuropediatras ou neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, é essencial.
Para alguns professores o disléxo é um aluno desatento, para a maioria dos pais é um filho preguiçoso e ele próprio considera-se “burro”.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.


7 O DISLÉXO E SEU DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda suas idéias.
Segundo Oliveira (1997, p.17), ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outras ainda estão por desenvolver. “Neste último caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para o seu pleno funcionamento e desenvolvimento”.
Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que um aluno não disléxico. Ainda segundo o autor o cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: esquerdo e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em subáreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a última reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de constituir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo de leitura os disléxicos só recorrem na área cerebral que processa fonemas. Por isso, os disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.


8 OBJETIVOS DA LEITURA


O programa da leitura não pode limitar-se a desenvolver as técnicas básicas e destrezas interpretativas de uns signos escritos, ainda que todo processo leitor descanse nela; não pode limitar-se a desenvolver a capacidade para agrupar palavras em unidades de pensamento, ainda que tal capacidade dependa da fluidez e da compreensão; não pode limitar-se a desenvolver aptidão de seguir instruções escritas e reparar em detalhes, ainda que tal aptidão permita ao leitor utilizar intencionalmente o material impresso; etc.
Além destas aptidões, capacidades e destrezas, o ensino da leitura deve desenvolver a atitude que estimule o leitor a buscar informações e referências, deve desenvolver a independência do leitor, fomentando a confiança em seus próprios recursos, capacitando-o para iniciar por si próprio, atividades leitoras, e facilitando-lhe a adaptação ao tipo de leitura para diversos fins. Deve desenvolver aptidão para estabelecer relações entre o lido e os problemas que pretende resolver, deve desenvolver a capacidade de síntese do indivíduo e a aptidão para tirar conclusões do lido.
O conteúdo primordial do ensino da leitura é ajudar a aluno a chegar a ser tão bom leitor quanto possível. Para isso é imprescindível que o professor em todos os níveis escolares dirija a aprendizagem até determinadas metas muito concretas e específicas, que constituem o objetivo real do ensino da leitura.


9 OBJETIVO DA ESCRITA


A escrita é um instrumento fundamental para o registro e comunicação de ideias, considerada basicamente uma destreza de tipo motor que se desenvolve gradualmente à medida que o aluno progrida na sua vida escolar. Tradicionalmente a escrita era concebida como uma arte, como caligrafia.
O seu ensino deve ser em conjunto com os aspectos da linguagem. Com a leitura, o aluno aprende a reconhecer palavras que mais tarde há de reproduzir.
O ensino da escrita deve ser feito de tal modo que sua aprendizagem faculte o aluno a obter êxitos nas suas necessidades gráficas escolares e extra-escolares. A função do professor é ajudá-los a desenvolver uma grafia fluida, fácil e legível. O aluno deve compreender e aceitar, por sua vez, as normas usuais de velocidade, forma e qualidade, desenvolvendo deste modo o sentido de consideração aos demais, e o hábito de sacrificar seus caprichos gráficos individualistas, em áreas de legibilidade.. A correção e o melhoramento da escrita devem ser uma tarefa permanente e sistemática.


10 OUTROS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM




11 ANÁLISE E DISCUSSÃO


A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica. Podemos dizer que, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Para percebermos com mais precisão a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seriíssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que as dificuldades na escola e a decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente difícil, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.


CONCLUSÃO


Para que se possa amenizar o problema do aluno disléxo é necessário saber em qual ponto ele está na aprendizagem, para organizar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental.
A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura, a escrita e a soletração também são afetadas.
Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico, e um acompanhamento profissional. Além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleçam culpas e descrenças e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não impossibilidade, se estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender.
É muito importante que os professores sejam preprados para lidar com a criança disléxa para que a mesma não venha a ser taxada por alguns deles como um aluno preguiçoso e desatento. Também é imprescindível que haja a participação ccntínua dos pais como defensores e facilitadores de intervenções apropriadas, além de atuarem como fonte de apoio emocional junto aos seus filhos.






























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DISLEXIA-desabilidade ou diferença . Disponível em: . Acesso em 11 de maio de 2010.


D’AFFONSECA, Sabrina Mazo. Compreendendo a Dislexia. Disponível em:. Acesso em 11 de maio de 2010.


Formas de Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29/04/2010.


FREITAS,Tânia Maria de Campos.Dislexia uma Visão Psicopedagógica. Disponível em:. Acesso em 12 de maio de 2010.


LORES, Dr.C.Manuel Frômeta. Dificuldade de aprendizagem na Língua Portuguesa. Disponível em:. Acesso em: 30 de abril de 2010.


MARTINS,Vicente. Dislexia:Uma Doença da Classe Média.Disponível em:http://saude.hsw.uol.com.br/dislexia. Acesso em: 29/04/2010.


O que é Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29 de abril de 2010


POPPOVIC, A.M.; GOLUBI, G.M. Prontidão para a Alfabetização: programa para o desenvolvimento de funções específicas. São Paulo: Veto, 1966.


SAYEGH, Flávia. A Dislexia no Contexto da Aprendizagem. Disponível em. Acesso em 11 de maio de 2010.A DISLEXIA E OS OBSTÁCULOS NA APRENDIZAGEM

Ana Cleide Oliveira Santos1
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional

Orientadora Profª MSc Patrícia Mara Medeiros2

RESUMO

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais. A dislexia acompanha a pessoa no dia-a-dia em sua aprendizagem. Não é uma dificuldade em compreender os conteúdos de aula. É um distúrbio, e como tal segue a criança e adolescente em sua aprendizagem. É necessário, nesse caso, uma intervenção psicopedagógica que tem para o disléxico, um caráter de urgência e pode capacitá-lo a ser autônomo, integrando-o dentro da sala de aula como alguém responsável e competente, assim como reintegrá-lo em suas relações familiares e sociais. Assim, os objetivos desse artigo foram conhecer a etiologia desse distúrbio, suas características e comprometimentos na aprendizagem e para isso utilizamos a pesquisa exploratória, com o uso do método bibliográfico e análise qualitativa. Concluímos com o estudo que a reabilitação da leitura dará ao disléxico, condições de adquirir a educação formal, já que em nossa sociedade representam - a leitura e escrita, habilidades básicas, a "chave-mestra" para o conhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Dificuldades. Dislexia. Intervenção


DYSLEXIA IS OBSTACLES IN LEARNING

ABSTRACT

The difficulty in understanding and defining what is dyslexia, which causes has created a world so diverse information, which confounds and misinformation. In addition to the media in Brazil, the few times in addressing this serious problem, it does so only partially, if not inappropriately, and even outside the context of global current discoveries. Dyslexia accompanies the person in day-to-day in their learning. There is a difficulty in understanding the content of classes. It is a disorder, and as such follows the child and adolescent in their learning. It is necessary in this case, it has a pedagogical intervention for dyslexic, a matter of urgency and may enable them to be autonomous, integrating it into the classroom as someone responsible and competent, and reinstate him in his relations family and social. The objectives of this paper was to understand the etiology of this disorder, its characteristics and impairments in learning and for this we used the exploratory research, using the method literature and qualitative analysis. We conclude with the study that the rehabilitation of reading will give the dyslexic, are able to acquire formal education, since they represent in our society - the reading and writing, basic skills, the "master key" to the knowledge of oneself and the world that surrounds it.

KEYWORDES: Learning. Difficulties. Dyslexia. Intervention
1 INTRODUÇÃO


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas consideradas inteligentes apresentam dificuldades na área da aprendizagem, é desafio que a educação, em especial, vem pesquisando e estudando paulatinamente. Com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia, uma das principais dificuldades enfrentadas por alunos, principalmente na área de leitura e escrita.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Entendemos que a dislexia deve ser tratada em conjunto com vários profissionais afins e dentre eles não poderá faltar a presença do psicopedagogo uma vez que, esse problema reflete na aprendizagem do disléxo.
A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um distúrbio do processo de aprendizagem, já que a deficiência ocorre na dificuldade do indivíduo durante a aquisição da leitura e da expressão escrita. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
A atuação do psicopedagogo busca embasamento constante nos diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do jovem disléxico que o procura. Busca, sobretudo, técnicas e estratégias de trabalho e de conduta que façam mais sentido para ele; objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento.
Devemos nos conscientizar de que a atuação da psicopedagogia só encontrará real eficiência quando atingir a família do disléxico, incorporando-a ao tratamento, já que esta se apresenta no mínimo contaminada pelos fracassos e sofrimentos de seus filhos, associado às projeções de seus próprios sofrimentos, além das tentativas fracassadas de auxílio. Para tanto, a compreensão do sistema funcional, da dinâmica desta família, se faz necessário para que se possa orientá-la eficientemente. A ação deve se estender à instituição escola, alertando e sensibilizando seus educadores de que o disléxico pode e merece aprender, tal qual outro aluno qualquer, que ele apenas precisa de técnicas e estratégias que o auxiliem nessa jornada. Que o educador possa valorizar não seus erros, mas seus acertos.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Com base nesses dados e das dificuldades detectados em sala de aula é que se torna relevante a pesquisa e o conhecimento das possíveis causas desses problemas para que possamos desenvolver políticas educativas que venham nortear os caminhos a seguir na busca de prováveis soluções para que se possa conhecer as dificuldades enfrentadas pelos disléxicos no seu ambiente escolar e com isso encontrar alternativas que ajudem a amenizar essas dificuldades e também conhecer as causas da dislexia.
Para isso se faz necessário que encontremos respostas para problemas como: Quais as causas da dislexia?Como podemos trabalhar os obstáculos enfrentados pelos disléxicos em sala de aula? E também nos colocar à par de como é tratado o disléxico na comunidade escolar.
Para trabalharmos os problemas apresentados faremos uso da pesquisa bibliográfica levando em consideração os aspectos qualitativos e descritivos.


2 A DISLEXIA


Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.É um jeito de ser e de aprender que reflete a expressão individual de uma mente,muitas vezes perspicaz e até genial, mas que aprende de maneira diferente.
Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas são:
Dificuldade para pronunciar palavras;
Não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
Dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas seqüenciais como a os dias da semana;
Dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
Dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
Reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
Não gostar ou evitar leitura em voz alta;
Dificuldades para escrever;
Ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
Ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
Dificuldade em organizar seu tempo;
Problemas em soletrar palavras corretamente;
Ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
Não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
Dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
Problemas com planejamento e organização;
Dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico.


2.1 Causas e Conseqüências


A Dislexia se define como sendo uma dificuldade na leitura e escrita. Na atualidade a definição mais usada é que a Dislexia é um dos diversos distúrbios de aprendizagem, ela não é considerada uma doença, portanto, não devemos falar em cura.
Desde a pré-escola, é preciso que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não é capaz de brincar com outras crianças; tem atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora; dificuldade em aprender cantigas rimadas; falta de interesse em materiais impressos entre outros
A dislexia, sem causa definida, é um problema neurológico, genético e geralmente hereditário caracteriza-se pela dificuldade acentuada na leitura, escrita, soletração e ortografia. Normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.
Segundo Poppovic (1981), a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização.
Muitas dúvidas sobre a dislexia fazem com que passem a existir muitas informações que, muitas vezes, confundem os professores e pais ao invés de informar. A mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda o assunto, somente o faz de maneira parcial ou inadequada e, ainda, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.


2.2 Diagnóstico


Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva,pois ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho.


3 CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NAS CRIANÇAS


Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.

O fato de apresentar algumas dessas características não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.


4 A INTEGRAÇÃO ESCOLA E FAMILIA NO TRATO COM O DISLÉXO


A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Nacional de Dislexia o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares.
Cabe aos pais procurar a escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o conteúdo escolar para não desmotivar a criança que possui dislexia. Faz-se necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada e estimulada para a aprendizagem.
Há muitos elementos que precisam ser explorados e conhecidos para o trabalho com a criança disléxica. O passo inicial é promover uma aula dinâmica que estimula a criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas; utilizando métodos adequados de tratamento e com atenção e carinho, a dislexia pode ser superada possibilitando à criança à obtenção de conhecimentos.
Conhecimento e astúcia da parte do professor são necessários para a compreensão de que a criança tem dificuldade em soletrar; lê, mas não interpreta; escreve ao contrário como se estivesse um espelho à sua frente; tem melhor desempenho na oralidade que na escrita. Há muitas variações a esse quadro.
As primeiras observações são da família. O que não se pode é rotular o aluno de preguiçoso, desinteressado, incapaz, “burro”, o que será um erro fatal.
Cada caso é um caso que merece cuidados, acompanhamento e, por vezes, assistência profissional especializada.
A dislexia não implica em falta de sucesso no futuro. Prova disso são pessoas disléxicas de grande projeção profissional como: Albert Einstein (o gênio da teoria da relatividade), Thomas Edison (inventor), Walt Disney (criador das personagens e dos estúdios Disney), Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) Charles Darwin (autor da teoria da evolução), entre tantos outros.


5 O PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA LEITURA E NA ESCRITA


Para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter conhecimento à cerca da Dislexia. Ele precisa saber o que é a dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com auto-estima baixa.
Já existe professor preocupado com a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os com necessidades educacionais especiais, para isso buscam aperfeiçoar-se cada vez mais através de leitura, cursos, palestras, etc. objetivando um maior conhecimento acerca da diferentes dificuldades e distúrbios que acometem a maioria dos alunos atualmente em quase todas as salas de aula do nosso país e também pelo mundo afora.
Cada vez mais é dever do professor buscar aperfeiçoar-se para trabalhar com todos os tipos de alunos, não só com o ”normal”, aquele que não tem problemas de aprendizagem. Faz-se necessário que o professor conheça os diferentes tipos de problemas de aprendizagem que podem aparecer em uma sala de aula: quais são eles, como diagnosticá-los, o que fazer, como trabalhar com está criança e quais as estratégias e recursos disponíveis para transmitir o conhecimento para este ser que tem direito a aprender como os demais. Mas ainda há um problema acerca desde assunto, pois existe pouca coisa escrita sobre a maioria dos problemas de aprendizagem que afetam as crianças, especialmente no início da alfabetização, bem como, a mídia dá pouco destaque a este assunto.


6 O DISLÉXICO NO DIA-A-DIA


Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade.
Conviver com essas dificuldades mal interpretadas por familiares e amigos derruba a auto-estima, deprime, entristece, faz o portador do distúrbio se sentir diferente. Mesmo que não exista uma forma de acabar com a doença, há o tratamento multidisciplinar para amenizar os problemas encontrados no dia-a-dia. Esse acompanhamento médico, realizado por neuropediatras ou neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, é essencial.
Para alguns professores o disléxo é um aluno desatento, para a maioria dos pais é um filho preguiçoso e ele próprio considera-se “burro”.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.


7 O DISLÉXO E SEU DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


A criança disléxica tem dificuldade de compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel o faz de maneira incorreta fazendo com que o leitor não compreenda suas idéias.
Segundo Oliveira (1997, p.17), ao nascer, o ser humano apresenta algumas estruturas já prontas, definidas, como, por exemplo, a cor dos olhos, dos cabelos, o sexo. Outras ainda estão por desenvolver. “Neste último caso encontra-se a parte do sistema nervoso, que precisa de condições favoráveis para o seu pleno funcionamento e desenvolvimento”.
Para entendermos o porquê desta dificuldade precisamos primeiro saber se este aluno processa o conhecimento na mesma área cerebral que um aluno não disléxico. Ainda segundo o autor o cérebro dos disléxicos é normal, constituído pelos neurônios que se comunicam entre si. Divide-se em duas áreas: esquerdo e direito. Nos indivíduos normais a área esquerda é responsável pela percepção e linguagem; subdividida em subáreas distintas: uma processa fonemas, a outra analisa palavras e a última reconhece as palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever.
A criança só aprende a ler quando reconhece e processa fonemas, memorizando as letras e seus sons. À medida que a criança aprende a ler, outra parte do cérebro começa a se desenvolver com a função de constituir uma memória permanente que faz com que a criança reconheça palavras com mais agilidade e sem grande esforço.
O cérebro das crianças disléxicas, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo de leitura os disléxicos só recorrem na área cerebral que processa fonemas. Por isso, os disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.


8 OBJETIVOS DA LEITURA


O programa da leitura não pode limitar-se a desenvolver as técnicas básicas e destrezas interpretativas de uns signos escritos, ainda que todo processo leitor descanse nela; não pode limitar-se a desenvolver a capacidade para agrupar palavras em unidades de pensamento, ainda que tal capacidade dependa da fluidez e da compreensão; não pode limitar-se a desenvolver aptidão de seguir instruções escritas e reparar em detalhes, ainda que tal aptidão permita ao leitor utilizar intencionalmente o material impresso; etc.
Além destas aptidões, capacidades e destrezas, o ensino da leitura deve desenvolver a atitude que estimule o leitor a buscar informações e referências, deve desenvolver a independência do leitor, fomentando a confiança em seus próprios recursos, capacitando-o para iniciar por si próprio, atividades leitoras, e facilitando-lhe a adaptação ao tipo de leitura para diversos fins. Deve desenvolver aptidão para estabelecer relações entre o lido e os problemas que pretende resolver, deve desenvolver a capacidade de síntese do indivíduo e a aptidão para tirar conclusões do lido.
O conteúdo primordial do ensino da leitura é ajudar a aluno a chegar a ser tão bom leitor quanto possível. Para isso é imprescindível que o professor em todos os níveis escolares dirija a aprendizagem até determinadas metas muito concretas e específicas, que constituem o objetivo real do ensino da leitura.


9 OBJETIVO DA ESCRITA


A escrita é um instrumento fundamental para o registro e comunicação de ideias, considerada basicamente uma destreza de tipo motor que se desenvolve gradualmente à medida que o aluno progrida na sua vida escolar. Tradicionalmente a escrita era concebida como uma arte, como caligrafia.
O seu ensino deve ser em conjunto com os aspectos da linguagem. Com a leitura, o aluno aprende a reconhecer palavras que mais tarde há de reproduzir.
O ensino da escrita deve ser feito de tal modo que sua aprendizagem faculte o aluno a obter êxitos nas suas necessidades gráficas escolares e extra-escolares. A função do professor é ajudá-los a desenvolver uma grafia fluida, fácil e legível. O aluno deve compreender e aceitar, por sua vez, as normas usuais de velocidade, forma e qualidade, desenvolvendo deste modo o sentido de consideração aos demais, e o hábito de sacrificar seus caprichos gráficos individualistas, em áreas de legibilidade.. A correção e o melhoramento da escrita devem ser uma tarefa permanente e sistemática.


10 OUTROS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM




11 ANÁLISE E DISCUSSÃO


A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica. Podemos dizer que, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Para percebermos com mais precisão a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seriíssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que as dificuldades na escola e a decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente difícil, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.


CONCLUSÃO


Para que se possa amenizar o problema do aluno disléxo é necessário saber em qual ponto ele está na aprendizagem, para organizar estratégias, para que ele alcance um melhor percurso e êxito em sua vida escolar. Não adianta fazer da descoberta, uma desculpa para uma possível falha comportamental.
A dislexia não se refere somente à dificuldade de leitura, a escrita e a soletração também são afetadas.
Uma pessoa, com dislexia pode apresentar problemas emocionais, devido à falta de tratamento psicológico diante do acontecimento. Para evitarmos um prejuízo acadêmico e frustrações, é necessário um diagnóstico, e um acompanhamento profissional. Além de orientação familiar e escolar, para que não se estabeleçam culpas e descrenças e sim, uma forma de compreender que a dislexia é uma dificuldade e não impossibilidade, se estabelecendo assim, quais as melhores formas de aprender.
É muito importante que os professores sejam preprados para lidar com a criança disléxa para que a mesma não venha a ser taxada por alguns deles como um aluno preguiçoso e desatento. Também é imprescindível que haja a participação ccntínua dos pais como defensores e facilitadores de intervenções apropriadas, além de atuarem como fonte de apoio emocional junto aos seus filhos.






























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DISLEXIA-desabilidade ou diferença . Disponível em: . Acesso em 11 de maio de 2010.


D’AFFONSECA, Sabrina Mazo. Compreendendo a Dislexia. Disponível em:. Acesso em 11 de maio de 2010.


Formas de Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29/04/2010.


FREITAS,Tânia Maria de Campos.Dislexia uma Visão Psicopedagógica. Disponível em:. Acesso em 12 de maio de 2010.


LORES, Dr.C.Manuel Frômeta. Dificuldade de aprendizagem na Língua Portuguesa. Disponível em:. Acesso em: 30 de abril de 2010.


MARTINS,Vicente. Dislexia:Uma Doença da Classe Média.Disponível em:http://saude.hsw.uol.com.br/dislexia. Acesso em: 29/04/2010.


O que é Dislexia. Disponível em:. Acesso em: 29 de abril de 2010


POPPOVIC, A.M.; GOLUBI, G.M. Prontidão para a Alfabetização: programa para o desenvolvimento de funções específicas. São Paulo: Veto, 1966.


SAYEGH, Flávia. A Dislexia no Contexto da Aprendizagem. Disponível em. Acesso em 11 de maio de 2010.

Um comentário:

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